O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta quinta-feira (10) sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, que abriga o gabinete de transição de governo, e não poupou críticas a Jair Bolsonaro (PL).
Em um longo discurso, o petista disse que o atual presidente tem uma "dívida com o povo brasileiro". "Peça desculpas pela quantidade de mentiras que foram contadas nessa eleição e pelas ofensas contra as urnas eletrônicas", afirmou Lula.
A declaração foi dada no dia seguinte à divulgação de um relatório do Exército que não apontou fraudes no sistema de votação brasileiro. Segundo o presidente eleito, as urnas eletrônicas deveriam ser copiadas por outros países. "A maior economia do mundo [os EUA] está contando papelzinho até agora", acrescentou.
Lula ainda disse que as instituições terão "paz" após o fim do governo Bolsonaro, que até agora não parabenizou seu rival pela vitória. "Não vai ter mais um presidente desaforado querendo intervir na Suprema Corte", prometeu o petista, que também se emocionou ao falar sobre o combate à fome.
"Se, quando eu terminar este mandato, cada brasileiro estiver tomando café, estiver almoçando e estiver jantando, outra vez eu terei cumprido a missão da minha vida", declarou Lula, que começou a chorar logo em seguida.
"Desculpem, mas eu jamais esperava que a fome voltasse a este país. Jamais. Quando deixei a Presidência da República, imaginava que, nos 10 anos seguintes, o Brasil estaria igual à França, igual à Inglaterra", disse. (ANSA)
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