(ANSA) - Os governos da China e da Índia, até hoje contrários a qualquer texto na Assembleia Geral das Nações Unidas que condenasse a Rússia sobre a invasão da Ucrânia, votaram a favor de uma resolução sobre as relações entre a ONU e o Conselho da Europa que explicitamente cita a "agressão da Federação Russa contra a Ucrânia".
O documento em si não é focado na guerra, mas nas relações entre os dois organismos. Porém, dentro dele, há uma citação clara ao conflito.
A luz verde para o texto, aprovado na última semana com 122 votos favoráveis, cinco contrários (Rússia, Belarus, Síria, Nicarágua e Coreia do Norte) e 18 abstenções, representa a primeira mudança na rota diplomática dos dois governos desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado.
Ainda não está claro se essa mudança poderá alterar totalmente o comportamento das duas nações, mas como ambos os governos estavam sendo bastante cuidadosos em todas as votações do tipo, a medida chamou a atenção dos analistas internacionais.
"A Assembleia Geral da ONU adotou a resolução sobre cooperação na ONU/ Conselho da Europa por 122 votos, incluindo os principais parceiros do G20, como China, Brasil, Índia e Indonésia. Saudamos a resolução, que qualifica claramente a guerra contra a Ucrânia como 'agressão da Federação Russa'", escreveu o alto comissário europeu para Política Externa, Josep Borrell em suas redes sociais.
A China vem sendo amplamente pressionada por UE, EUA e G7 para usar sua influência sobre a Rússia para parar com a guerra.
Além disso, na última semana, também houve a primeira conversa formal por telefone entre os presidentes Xi Jinping e Volodymyr Zelensky desde o início do conflito.
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