(ANSA) - A cúpula de líderes da América do Sul convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorre nesta terça-feira (30), em Brasília, deve retomar as discussões sobre infraestrutura na região.
"É importante apresentar projetos concretos, como o corredor interoceânico que conecta o Atlântico e o Pacífico. Acredito que pode haver financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics. Existem muitas obras que ajudarão na integração física da região e no comércio", disse o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Rubens Barbosa, em entrevista à ANSA.
"Acredito que o debate sobre comércio e moedas regionais surgirá dessa reunião. Não se trata especificamente de uma moeda comum, mas sim de uma caixa de compensação de moedas nacionais", explicou.
A ex-presidente Dilma Rousseff assumiu a liderança do banco do Brics em abril passado e prometeu financiar projetos de infraestrutura no Brasil e na América do Sul.
Segundo Barbosa, "o Brasil busca recuperar a liderança econômica, comercial, na área de meio ambiente, energia e nos projetos de infraestrutura da região". "Essa reunião de terça-feira é muito importante", acrescentou.
Doze governos sul-americanos confirmaram presença na cúpula, que terá duas reuniões plenárias no Palácio Itamaraty.
Diplomata experiente, Barbosa foi embaixador nos EUA e no Reino Unido e também atuou na área de integração regional. Em sua atividade privada, liderou o Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O diplomata lembrou que as primeiras reuniões de todos os países da América do Sul foram convocadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2000, quando o Brasil propôs a criação da Iniciativa para Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).
"Agora o presidente Lula decidiu ressuscitar a ideia da integração. O Brasil havia perdido contato com a região devido à política externa de Jair Bolsonaro", disse Barbosa.
"Acredito que uma das coisas mais importantes no início do governo Lula foi a mudança na política externa, dando prioridade para a América Latina, única área do mundo onde não está ocorrendo um forte esforço de integração", finalizou. (ANSA)
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