(ANSA) - O senador Sergio Moro, ex-juiz na Operação Lava Jato, criticou a indicação de Cristiano Zanin, advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A escolha de Lula foi publicada no Diário Oficial da União na noite de quinta-feira (1º) para preencher a vaga antes ocupada por Ricardo Lewandowski.
Segundo Moro, que condenou Lula à prisão e depois se tornou ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, a indicação de "um advogado e amigo pessoal do presidente da República para o STF não favorece a independência da instituição e fere o espírito republicano".
Os antecedentes e o conhecimento jurídico de Zanin serão avaliados na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e Moro prometeu ser "rigoroso" nas perguntas. "Vejo com preocupação essa nomeação, e não é por uma questão pessoal. Precisamos de um Supremo independente do poder Executivo", disse o ex-juiz.
Zanin e Moro tiveram fortes discordâncias durante os processos contra Lula, que foi condenado por corrupção e passou 580 dias preso em Curitiba, entre 2018 e 2019.
Já a ONG Transparência Internacional considerou que a indicação de Zanin "contraria os compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil em relação à independência do Judiciário". (ANSA)
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