(ANSA) - A Itália celebra nesta quarta-feira (14) um dia de luto nacional pela morte do senador e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, vítima de uma leucemia crônica aos 86 anos de idade.
O controverso magnata e político morreu na última segunda (12) e foi velado de forma privada por familiares e amigos próximos em sua mansão em Arcore, nos arredores de Milão.
Já o funeral começa às 10h (horário de Brasília) desta quarta na Catedral de Milão e será transmitido em telões instalados do lado de fora para permitir a presença do maior número possível de fãs.
Uma multidão já toma conta da Piazza del Duomo, especialmente torcedores do Milan, clube que viveu sua era mais vitoriosa sob a batuta de Berlusconi.
"Precisaríamos de muitas pessoas criativas como ele. Ele teve a belíssima ideia de fazer infraestruturas, modernizar ferrovias e cidades, mas não deixaram, senão teria governado por 30 anos. Os comunistas são os piores do mundo", disse Alessandro, fotógrafo da Sardenha, repetindo o mantra anticomunismo de Berlusconi.
15 coroas de flores foram colocadas na entrada da catedral, incluindo uma da premiê Giorgia Meloni, aliada de longa data do ex-primeiro-ministro, e outra do Partido Socialista Italiano (PSI).
Após o funeral, o corpo de Berlusconi retornará para a capela da família na mansão de Arcore, onde estão conservadas as cinzas dos pais e da irmã do ex-premiê. Mais tarde, o magnata será cremado em um crematório em Valenza, a 90 quilômetros de Milão.
Polêmicas
O dia de luto nacional pela morte de Berlusconi não acontece sem polêmicas.
Em Siena, uma universidade ignorou a ordem do governo para colocar bandeiras a meio mastro em edifícios públicos, enquanto políticos de oposição questionaram a gestão Meloni por proclamar luto nacional, homenagem inédita na Itália a um ex-premiê.
"É justo fazer um funeral de Estado, mas luto nacional por uma pessoa controversa como era Berlusconi não me parece uma escolha oportuna", disse a ex-ministra de centro-esquerda Rosy Bindi.
Ainda assim, a líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, principal figura da centro-esquerda italiana atualmente, participará do funeral, ao contrário do ex-premiê Giuseppe Conte, que encabeça o populista Movimento 5 Estrelas (M5S). (ANSA)
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