(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta terça-feira (18) que seu governo apoia os esforços da Comissão Europeia para fechar o acordo com o Mercosul e lembrou que o país é um dos principais investidores na América Latina.
A declaração foi dada durante discurso na sessão plenária da cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas.
"As relações comerciais e estratégicas são fundamentais, para isso esperamos poder assinar o acordo modernizado com o Chile, apoiamos os esforços da Comissão para chegar a um acordo com o México e com os países do Mercosul ,que é realmente benéfico para ambos", disse ela.
Meloni ressaltou ainda que tem "orgulho, em termos de investimentos estratégicos e relações comerciais, do papel da Itália como um dos principais investidores na América Latina e no Caribe, com um nível total de investimento estrangeiro superior a 27 bilhões de euros para 2021".
"Mas gostaria de mencionar outro aspecto fundamental da nossa cooperação, partindo da experiência italiana, que é a questão da segurança, da justiça, da luta contra o crime organizado", acrescentou.
Durante seu discurso, Meloni defendeu a construção de "uma aliança nova e diferente entre a Europa e a América Latina, uma aliança em nome dos valores da liberdade, da democracia, em nome da nossa identidade comum, do respeito mútuo, uma aliança que talvez tenha se desgastado um pouco nos últimos meses".
No entanto, enfatiza que os blocos podem "reatar com um novo fio e esse fio deve ser o fio de uma cooperação não predatória, mas igualitária, que deve assegurar benefícios iguais para todos".
Além disso, a premiê da Itália voltou a criticar a Rússia por suspender o acordo de exportação marítima de grãos ucranianos, que era considerado essencial para equilibrar os preços globais e combater a fome no mundo.
Segundo ela, a guerra na Ucrânia é um conflito travado contra os mais fracos e a não renovação do acordo sobre os grãos mostra que a vontade da Rússia.
"É um sinal claro sobre o qual acredito que todos devem se perguntar porque usar a matéria-prima que alimenta o mundo como arma é uma ofensa à humanidade", acrescentou.
Por fim, Meloni reforçou que é preciso "dar às palavras o sentido que elas têm", portanto, "a palavra paz não pode ser confundida com a palavra invasão, porque paz e invasão são dois conceitos muito diferentes".
"Se alguém pensa que pode confundir essas duas palavras, não percebe que um mundo em que o direito internacional não existe mais nunca será um mundo de paz", concluiu.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA