(ANSA) - O acordo firmado entre os primeiros-ministros da Itália, Giorgia Meloni, e da Albânia, Edi Rama, para construir centros de acolhimento de migrantes no país balcânico causou polêmica na política italiana e na União Europeia.
Na segunda-feira (6) os dois líderes anunciaram o plano, que prevê a instalação de dois centros para migrantes na Albânia que possam abrigar até três mil pessoas. O movimento atual poderia chegar a 36 mil pessoas.
O protocolo de entendimento não abrange os imigrantes que chegam às costas e territórios italianos, apenas os salvos no Mediterrâneo por embarcações italianas da Marinha e Guarda de Finanças, e não de ONGs.
A medida foi atacada pela oposição ao governo Meloni, especialmente depois que o ministro das Relações com o Parlamento, Luca Ciriani, confirmou que o projeto não passará pelo Parlamento.
"É inaceitável. Não farão porque sabem que viola o 10º artigo da Constituição, segundo o qual o asilo deve ser solicitado no território da República", disse Elly Schlein, líder do Partido Democrático (PD).
O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Zuppi, disse que a decisão é "uma admissão de incapacidade": "Não é possível entender por que o acolhimento não melhora aqui".
Na União Europeia, a atriz australiana e embaixadora da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Cate Blanchett, foi ao Parlamento Europeu dizer que a gestão é uma "política ineficaz e desumana". Aliados de Meloni, porém, diminuíram o posicionamento, classificando-o como uma "aulinha da atriz bilionária de Hollywood".
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