(ANSA) - O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou as primeiras medidas econômicas do governo do presidente ultraliberal Javier Milei, que incluem um duro ajuste que levará a população a ficar "pior do que antes em termos de inflação", com uma desvalorização de 50% do peso em relação ao dólar e uma série de cortes de gastos.
"Levaremos a taxa de câmbio oficial para 800 pesos por dólar [antes eram 400] para que o setor produtivo tenha um incentivo adequado para aumentar a produção", disse o ministro.
O pacote anunciado por Caputo é formado por 10 pontos e também contempla redução dos subsídios para energia e transporte público, por um lado, e a duplicação do cartão alimentar e da bolsa universal por filho para pessoas de baixa renda, por outro.
O governo também não renovará contratos com menos de um ano, suspenderá anúncios publicitários por 12 meses, diminuirá os repasses para províncias e cancelará obras públicas não iniciadas, além de não licitar projetos novos.
"Durante alguns meses, ficaremos piores do que antes em termos de inflação. É preferível dizer uma verdade incômoda do que uma mentira confortável", disse Caputo. Segundo o ministro, o objetivo é "solucionar o problema do déficit fiscal na raiz", evitando gastar mais do que se arrecada.
Já a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que as medidas são "um passo importante rumo ao retorno da estabilidade e à reconstrução do potencial econômico do país". (ANSA)
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