(ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, discursou nesta quarta-feira (20) durante a tradicional cerimônia de votos de final de ano com as altas autoridades de Estado, no Palácio do Quirinale, em Roma, destacando o tema das desigualdades.
"Às antigas somam-se novas, no campo digital e no campo do conhecimento. E ressoam as enormes riquezas concentradas em poucos diante do desconforto de muitos, com uma distância nunca antes registrada. São fenômenos globais que entram de maneira imponente na vida de nossas comunidades", disse.
A mensagem deu destaque ao "uso distorcido da tecnologia": "É um fenômeno que deve ser regulado, urgentemente, no interesse das pessoas, dos cidadãos, mas sabemos que essa necessidade fundamental encontra dificuldades devido às dimensões e ao poder dos operadores do setor".
Em meio à repercussão de diversos casos de feminicídio e abuso sexual no país, Mattarella discursou contra os episódios: "É necessário combater juntos os fenômenos de violência que se manifestam em vários setores da sociedade. Em particular, é intolerável a violência dos homens contra as mulheres".
"Como nunca, neste ponto de virada na história da humanidade, a linha entre o bem e o mal, entre justiça e injustiça, entre verdadeiro e falso, depende de nossas escolhas. De nossa capacidade de ler a mudança em curso para orientá-la. E fazer isso com o guia dos princípios irrenunciáveis de nossa civilização. Nada pode ser dado como certo. A paz, antes de tudo. Mas também a democracia, começando pela ideia de liberdade", refletiu Mattarella.
Ainda sobre democracia, o presidente ressaltou: "Os pressupostos éticos e civis da democracia vivem nos sentimentos da comunidade. Os medos podem enfraquecer o senso de solidariedade e, portanto, o desejo de participação. Não podemos negligenciar a atual preocupante queda na participação nas votações, essencial para as instituições".
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