Uma neta do ditador fascista Benito Mussolini anunciou nesta quinta-feira (12) sua saída do partido Irmãos da Itália (FdI), da premiê Giorgia Meloni, por se considerar "moderada e centrista".
Rachele Mussolini, vereadora em Roma desde 2016 e candidata mais votada nas eleições municipais de 2021 na capital, enviou uma carta aos colegas de FdI para confirmar sua mudança para o partido conservador Força Itália (FI), que também faz parte do governo Meloni e foi fundado pelo finado ex-premiê Silvio Berlusconi.
"O afeto e a estima permanecem, mas, para mim, é hora de virar a página e entrar em um partido que está mais próximo da minha sensibilidade moderada e centrista", acrescentou a vereadora, indicando que um dos motivos para a troca pode ter sido a divergência entre as duas legendas a respeito de uma reforma nas regras de cidadania italiana.
"O mundo mudou, e a direita precisa mudar. Não se pode ter medo de falar de eutanásia ou de 'jus scholae'", disse a política.
O FI, do ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, defende o princípio do "jus scholae", ou seja, a concessão de cidadania para filhos de imigrantes nascidos na Itália e que tenham concluído 10 anos de estudo nas escolas do país, mas o FdI é contra.
Rachele é meia-irmã da ex-senadora e ex-eurodeputada Alessandra Mussolini, antiga militante do FI e que, nos últimos anos, aderiu a causas progressistas, como a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+.
Ambas são filhas do pianista Romano Mussolini, quarto filho do ditador fascista com Rachele Guidi.
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