A premiê da Itália, Giorgia Meloni, defendeu nesta segunda-feira (23) o reforço do multilateralismo para combater as crises atuais no mundo, durante discurso na Cúpula do Futuro, parte da programação da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos.
"Vivemos tempos de crises, mas as crises escondem sempre uma oportunidade", declarou a primeira-ministra.
Segundo ela, "nenhum Estado pode governar as crises do nosso tempo e, por isso, a Itália é uma grande apoiadora do multilateralismo e da sua instituição mais representativa, que é a ONU, onde cada voz é ouvida".
Meloni também defendeu a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas desde que se baseie "nos princípios da igualdade, da democracia e da representatividade".
"A reforma faz sentido se for feita para todos e não apenas para alguns. Não estamos interessados em criar novas hierarquias e não acreditamos que existam nações de primeira e de segunda classe. Existem países, com suas histórias, suas peculiaridades e seus cidadãos, e todos têm os mesmos direitos, disse. A declaração faz referência velada ao pleito de alguns países, como o Brasil, de ampliar o número de assentos permanentes no conselho.
A primeira-ministra da Itália também aproveitou para divulgar o Plano Mattei, criado em seu governo para colaborar em diversos âmbitos com o continente africano.
"É a nossa receita para promover o desenvolvimento de um continente que tem sido muito subvalorizado, a fim de construir a estabilidade e garantir um direito que até hoje foi negado a muitos jovens: o direito a não precisar imigrar", salientou.
Durante seu discurso, a italiana listou os mais variados desafios que o mundo enfrenta, como as "mudanças climáticas, desigualdades sociais e econômicas, crises humanitárias e sanitárias, criminalidade internacional e conflitos armados", citando a "inaceitável guerra russa contra uma nação soberana como a Ucrânia, que torna a segurança internacional cada vez mais precária".
"Diante de um cenário tão complexo, não temos escolha senão agir", declarou a chefe de governo, que também alertou sobre o uso desenfreado da inteligência artificial.
"Se a inteligência artificial não for utilizada para o bem comum, poderá dividir ainda mais o equilíbrio global", afirmou Meloni.
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