Fazer crescer o máximo possível os fluxos turísticos para a Itália: é com esse objetivo que Ivana Jelinic foi escolhida há três meses, por decisão da ministra do Turismo, Daniela Santanché, como nova CEO da Agência Nacional de Turismo da Itália (Enit). E ela já começou a rodar o mundo.
Durante o último fim de semana, ela chegou na América Latina e visitou Buenos Aires, na Argentina, de onde partiu para São Paulo, com o propósito de desenvolver um dos temas muito atuais do governo italiano: o "Turismo de Raízes".
Sendo inserido no Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR), o programa foi fortemente potencializado e conta com uma sala de controle do Ministério das Relações Exteriores com outras quatro pastas, com o propósito de envolver centenas de cidades, principalmente para o sul da Itália.
Também por isso, 2024 foi definido como o "Ano das Raízes Italianas" no âmbito do projeto do PNRR "O Turismo de Raízes - Uma estratégia integrada para a retomada do setor do turismo na Itália pós-Covid".
Entrevistada pela ANSA na histórica Confiteria Ideal, na capital argentina, onde Carlos Saura gravou várias cenas de seu filme "Tango", Jelinic destaca que "para nós, o turismo de raízes é importante, levando também em conta que a Enit na Argentina foi a primeira, em 2012, a iniciar um projeto nesse tema".
Intensos foram os encontros nos dois dias em que ficou em Buenos Aires, com os máximos expoentes do Sistema Itália (embaixador, cônsul-geral, Instituto de cultura, empresas e operadores de mídia e do setor turístico).
A nossa, explica, é uma "estratégia que estamos prontos para exportar também para outros lugares". E "seguramente operando nas nossas duas sedes na Argentina e Brasil, faremos também para outras nações da América Latina".
O conceito fundamental é aquele do "retorno", observa, que "está consciente de um passado importante representado pelos antepassados". Mas, isso "pode ser relido com uma chave moderna, como uma deixa, para depois escolher fazer uma viagem que parta do desejo do reencontrar locais dos quais os avós partiram, para fazer turismo em sentido amplo e conhecer toda a Itália, uma temática que é particularmente próxima".
E claro, disse depois, "espera-se que o Ministério das Relações Exteriores desenhe as linhas do projeto, e de como ele será aplicado". "Para nós, a parte importante será agir em mais níveis. Um dos quais é fazer a comunicação para sensibilizar os cidadãos que vivem no exterior, mas para além dos outros de segunda e terceira geração, que não têm a cidadania italiana, mas tem uma ligação forte com o nosso país", acrescentou.
Como disse, continua Jelinic, "na Argentina, e isso se faz há anos, e agora o esforço será de inserir as pessoas em uma interação com o Sistema Itália, e depois se fará disso uma 'best practice' pode ser exportada para outros lugares, potencializada".
Resumidamente, "trabalhamos com a ideia que sobre o 'Turismo de Raízes' possamos ter um salto de qualidade, que torne-se uma temática capaz de desenvolver aqueles fluxos a mais, que se transformem em elementos também quantificáveis economicamente".
No que tange em particular a Argentina, Jelinic reforça que "é um país com grande potencialidade que a Itália sente particularmente próximo". Mas, admite que a situação política e econômica "parece difícil", tanto que, por exemplo sobre o tema das trocas, "é difícil ativar operações que, para além, são simples".
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