(ANSA) - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se reuniu nesta quarta-feira (13) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e disse acreditar que Moscou vencerá a guerra na Ucrânia, deflagrada desde fevereiro de 2022.
O encontro inicial, que teve duração de duas horas, ocorreu na presença das delegações dos dois países em um centro espacial russo de Vostochny, na região de Amur, no extremo leste do país. Na sequência, os dois se reuniram de maneira reservada.
Durante o brinde do jantar oficial com Putin, Kim prestou uma homenagem ao "heroico Exército russo", dizendo estar "convencido" de que a Rússia vencerá a chamada "operação especial" no território ucraniano.
Segundo o líder norte-coreano, Moscou alcançará "uma grande vitória" na Ucrânia, no que ele classificou como uma "luta sagrada para punir o grupo desorganizado do mal que busca a hegemonia e abriga ilusões de expansão".
Além disso, Kim brindou às "novas vitórias da Rússia" e "à amizade entre Moscou e Pyongyang. Putin, por sua vez, fez um brinde ao "fortalecimento da cooperação" com a Coreia do Norte.
No encontro entre os líderes ficou decidido que o governo russo ajudará a nação de Kim a desenvolver o seu programa de colocação de satélites em órbita, informou a agência Ria Novosti.
Recentemente, Pyongyang já havia tentado colocar em órbita dois satélites de espionagem, mas ambos falharam.
De acordo com a imprensa local, o presidente russo já havia dito que "todas as questões" seriam discutidas durante as conversações com o norte-coreano, incluindo a cooperação no domínio militar.
"A Rússia é um país autossuficiente, mas dentro das regras atuais há oportunidades às quais prestamos atenção e discutimos", ressaltou Putin.
Nos últimos dias, a expectativa de um possível acordo de armas entre os países ganhou força. Os Estados Unidos temem que a Rússia receba armas da Coreia do Norte, que está sob sanções por causa de seus programas de desenvolvimento nuclear, para fortalecer sua ofensiva na Ucrânia.
Hoje, os dois chegaram a visitar um local de montagem e lançamento de foguetes antes do início da reunião. "Os líderes inspecionaram os locais do novo cosmódromo: uma oficina de montagem para o lançador Angara (a nova geração de foguetes russos), um local para lançadores Soyuz-2 e uma área de lançamento em construção", revelou o Kremlin em comunicado.
Durante a reunião, Kim deixou claro que a Coreia do Norte apoia todas as decisões das autoridades russas e pretende permanecer ao lado de Moscou para "lutar contra o imperialismo".
Conforme declaração do líder norte-coreano, a "Rússia levantou-se para defender a sua soberania e segurança, opondo-se às forças hegemônicas". Para ele, o encontro com Putin "ajudará a elevar as relações entre os dois países a um novo nível".
Por fim, Kim garantiu que transformará as relações com o governo russo na "prioridade máxima" de sua diplomacia e aproveitou a oportunidade para expressar seu apoio total e incondicional.
Após o encontro, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse à agência Interfax que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitará a Coreia do Norte em outubro.
Mísseis
Poucas horas antes de Kim se reunir com Putin, a Coreia do Sul reportou o lançamento de mísseis balísticos por parte de Pyongyang em direção ao Mar do Japão.
Na sequência, Tóquio anunciou que nenhum dos dois mísseis disparados pela Coreia do Norte atingiu a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do país e nenhum dano a navios ou aviões foi relatado até agora.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, instruiu os ministérios e agências a recolher informações e garantir a segurança dos navios no local e para as pessoas. Já o chefe de gabinete, Hirokazu Matsuno, afirmou em entrevista coletiva que o governo apresentou um protesto formal à Coreia do Norte por meio de sua embaixada em Pequim.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA