(ANSA) - As autoridades italianas decretaram nesta quinta-feira (5) um novo bloqueio por 20 dias de um navio da ONG Open Arms pela realização de vários resgates no Mediterrâneo Central enquanto navegava em direção ao porto de Marina di Carrara, onde desembarcou um grupo de 176 migrantes.
A medida, que prevê ainda uma multa de 10 mil euros, foi adotada devido ao descumprimento por parte da ONG espanhola do decreto do ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, que proíbe resgates múltiplos no mar e exige que os navios sigam diretamente para o porto designado após o primeiro salvamento.
Em comunicado, a Open Arms considerou "inaceitável" a decisão tomada depois que seu chefe de missão e seu capitão foram interrogados por seis horas.
"O nosso crime? Ter salvo 176 pessoas no Mediterrâneo Central, a fronteira mais perigosa da Terra. Há oito anos assistimos a uma inversão absurda da realidade, onde aqueles que financiam torturadores na Líbia podem fazê-lo impunemente e aqueles que, como nós, salvam vidas no mar estão constantemente sob acusação", escreveu.
A ONG ressaltou que seu lugar "é no meio do mar salvando vidas" e lançou uma petição para que o navio seja libertado para regressar ao Mediterrâneo Central.
O navio humanitário, que já havia sido sancionado em agosto passado, realizou no último sábado três operações em águas internacionais, sendo que nas duas primeiras resgatou 70 migrantes "em condições perigosas e sem equipamento de salvamento".
Na sequência, salvou mais 109 pessoas, incluindo 94 menores não acompanhados, durante o percurso até o porto de Gênova.
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