(ANSA) - Mais de 10 mil crianças perderam a vida em ataques na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em 7 de outubro, relatou a organização Save the Children nesta sexta-feira (12).
"De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 10 mil crianças foram mortas por ataques aéreos israelenses e operações terrestres em Gaza em quase 100 dias de violência, com milhares de desaparecidos, presumivelmente enterrados sob os escombros", diz o comunicado.
Segundo a Save the Children, 1% da população infantil total do enclave palestino "foi morta" e as crianças que sobreviveram à violência "estão a suportar horrores indescritíveis, incluindo ferimentos potencialmente fatais, queimaduras, doenças, cuidados médicos inadequados e a perda dos pais e de outros entes queridos".
A organização destaca ainda que as crianças em Gaza "foram forçadas a fugir da violência, muitas vezes repetidamente, sem um lugar seguro para ir, e a enfrentar o terror de um futuro incerto".
Além disso, lembra que "cerca de mil crianças em Gaza perderam uma ou ambas as pernas" e muitas outras foram submetidas a amputações "sem anestesia e precisarão de cuidados médicos para o resto da vida".
Mais de 40% das pessoas mortas no enclave comandado pelo Hamas desde o início do ataque a Israel e da escalada de violência nos territórios palestinos ocupados em 7 de outubro são crianças, informou a ONG.
Em 100 dias de violência "é um número recorde de graves violações contra crianças relatadas, incluindo 370 escolas em Gaza danificadas ou destruídas, conforme dados do Unicef, e ataques a 94 hospitais e instalações de saúde em Gaza, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com sequestros de crianças em Israel e 33 crianças israelenses mortas".
"Por cada dia que passou sem um cessar-fogo definitivo, uma média de 100 crianças foram mortas. Nunca poderá haver qualquer justificativa para o assassinato de crianças. A situação em Gaza é monstruosa e representa uma praga para a nossa humanidade comum", afirmou Jason Lee, diretor da Save the Children para os territórios palestinos.
Por fim, ele reforça que, apesar do número recorde de crianças mortas e mutiladas, a comunidade internacional continua a não agir e apela por um cessar-fogo definitivo para salvar e proteger as vidas das crianças em Gaza.
Lee ainda apelou ao governo israelense para permitir o fluxo irrestrito de ajuda e a retomada da entrada de bens comerciais em Gaza para evitar que crianças morram de fome e doenças.
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