(ANSA) - O título da edição de 2024 do calendário do Exército causou polêmica na Itália nesta quinta-feira (18).
O exemplar recebeu o nome de "Pela Itália sempre...antes e depois de 8 de setembro de 1943", fazendo referência ao momento que o país se rendeu na Segunda Guerra Mundial e permitiu aos Aliados entrarem em seu território.
O deputado Marco Grimaldi, vice-líder do grupo AVS na Câmara, foi um dos principais críticos do lançamento. O político chegou a afirmar que o título reforça a "amnésia sobre as responsabilidades do fascismo".
Além das críticas, o italiano pediu ao ministro da Defesa do país, Guido Crosetto, para alterar a descrição do calendário do Exército. O chefe da pasta, por sua vez, definiu a polêmica como "ilusória" e "ridícula".
A Associação Nacional dos Partisans Italianos (Anpi) também se posicionou contra o anuário, pois o nome coloca o regime fascista no mesmo nível que a República antifascista e democrática do pós-guerra.
"Tomamos nota de que existe uma minoria pró-fascismo que deseja reescrever a história da Itália. Isso é inaceitável e esconde uma dupla operação política", lamentou Gianfranco Pagliarulo, presidente da Anpi, em entrevista à ANSA.
"Por outro lado, está sendo traçada uma equação entre o novo Exército italiano e o de Salò", acrescentou, referindo-se aos combatentes da República Social Italiana liderado por Benito Mussolini de 1943 a 1945, que lutou ao lado da Alemanha nazista nos últimos anos da conflito.
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