(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, visitou a cidade de Trieste para participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas do Massacre das Foibe, um dos episódios mais trágicos relacionados à participação do país na Segunda Guerra Mundial.
A chefe de governo lamentou o silêncio que havia envolto a tragédia, que deixou entre 5 mil e 17 mil italianos mortos, além de ter definido o episódio como "imperdoável".
"Estou aqui para pedir perdão mais uma vez em nome das instituições desta República pelo silêncio culpado que durante décadas envolveu os acontecimentos e para prestar homenagem a todos que decidiram deixar tudo para ficar com a única coisa que os comunistas de Tito não lhes podiam tirar: a identidade", disse a premiê durante a cerimônia no Monumento Nacional de Basovizza.
Meloni destacou a importância de transmitir para as futuras gerações as memórias desse triste marco na história da Itália, ocorrido em 1947, dois anos após o fim do segundo conflito mundial.
"A violência cega e desumana das Foibe ficaram muito tempo sendo minimizadas, se não completamente ignoradas ou negadas. Porém, a assimetria de memória, como advertiu Mattarella, é mais um insulto às vítimas e não é tolerável", acrescentou.
Apesar das várias cerimônias de recordação dos massacres cometidos pela antiga Iugoslávia, uma placa em memória das vítimas das Foibe em Florença foi vandalizada.
A tragédia ocorreu em virtude do desejo da ex-Iugoslávia anexar a região italiana do Friuli-Venezia Giulia, no extremo nordeste da nação, e todos aqueles que tentavam se opor a isso eram assassinados pelo Exército do marechal Josip Broz Tito, o então premiê do país eslavo.
Os opositores eram lançados em buracos formados naturalmente pela ação da água no solo, que eram chamados "foibe" pelos moradores da região, nascei aí o nome do massacre.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA