(ANSA) - Familiares de vítimas de um naufrágio que deixou mais de 90 migrantes mortos no sul da Itália há um ano anunciaram nesta segunda-feira (26) uma ação civil contra o governo da premiê Giorgia Meloni por omissão de socorro.
O processo, que pedirá indenizações por conta dos danos sofridos em função da tragédia, também terá a participação de sobreviventes e será protocolado após a conclusão do inquérito penal sobre o caso.
Os alvos serão a Presidência do Conselho dos Ministros (nome oficial do gabinete da premiê) e os ministérios do Interior e da Economia.
"Um dos aspectos a ser esclarecido é quando as autoridades souberam da presença do barco", disse Stefano Bertone, advogado das famílias das vítimas do naufrágio.
O incidente ocorreu em 26 de fevereiro de 2023, na costa da cidade de Cutro, na Calábria, e deixou pelo menos 94 mortos, em uma das piores tragédias da história recente no Mar Mediterrâneo. Entre as vítimas estavam 35 menores de idade.
A embarcação havia zarpado da Turquia cinco dias antes, e o naufrágio provocou consternação na Itália, além de suspeita de demora na atuação da Guarda Costeira e da Guarda de Finanças, subordinadas aos ministérios do Interior e da Economia, respectivamente.
Um dos elementos apontados pelas famílias dos mortos é que a Frontex, agência da União Europeia para controle de fronteiras, já havia notificado sobre a presença do barco no fim da tarde de 25 de fevereiro. Os advogados, inclusive, estudam estender a ação indenizatória contra o organismo da UE. (ANSA)
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