(ANSA) - O tribunal distrital de Basmanny, em Moscou, acusou quatro suspeitos pelo ataque terrorista contra uma casa de shows na última sexta-feira (22), que provocou a morte de ao menos 137 pessoas, em um ato reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Os acusados foram identificados como Dalerdzhon Barotovich Mirzoyev, Shamsidin Fariduni, Muhammadsobir Fayzov e Saidakrami Murodali Rachabalizoda e colocados em prisão preventiva por dois meses até o julgamento.
Os quatro, originários de Tajiquistão, vão responder por "terrorismo" e podem ser condenados à prisão perpétua.
No último domingo, o grupo jihadista chegou a divulgar um vídeo com uma sequência gráfica do massacre. A gravação, de apenas um minuto e meio, revelada no Telegram, pela agência de propaganda jihadista Amaq, mostra cidadãos sendo metralhados e um homem ferido sendo degolado.
Um dos terroristas, que parece ser o líder da célula, incita os outros a "matá-los e não ter piedade" e pronuncia duas vezes a frase "Allah akbar" ("Deus é grande"), levantando o dedo indicador, um gesto que indica que Deus é um.
"Alá é o maior, os infiéis são derrotados pela vontade de Alá. Nós saímos no caminho de Alá para dar vitória à sua religião", diz o vídeo legendado em árabe.
O atentado terrorista ocorreu na casa de shows Crocus City Hall na cidade de Krasnogorsk, onde os membros do EI metralharam dezenas de pessoas e lançaram bombas incendiárias no local.
As cenas são perturbadoras e mostram vários homens armados com espingardas e facas, com os rostos deliberadamente desfocados para não serem reconhecidos e com as vozes alteradas, circulando no átrio da sala de concertos de Krasnogorsk.
Em uma entrada e ao longo de um corredor é possível ver muitos corpos no chão. A Rússia acusou a Ucrânia pelo ataque.
No entanto, nesta segunda-feira (25), o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reiterou que não há evidências que liguem a Ucrânia ao ataque terrorista.
"Neste momento não há qualquer evidência de qualquer tipo de envolvimento do lado ucraniano. Parece-me que tudo aponta na direção de um ataque terrorista organizado pelo braço afegão do Estado Islâmico", declarou Tajani à rádio RTL102.5.
Segundo o chanceler italiano, o governo da premiê Giorgia Meloni está "acompanhando o que está acontecendo com muita atenção e tentando proteger os nossos concidadãos da melhor maneira possível".
Tajani também ressaltou que, em 8 de março, o Ministério das Relações Exteriores já havia convidado os italianos que vivem em Moscou a evitar reuniões na capital russa em um futuro próximo, depois que a inteligência russa disse ter frustrado um plano do EI de atacar uma sinagoga na região.
A Farnesina "sugeriu" que os cidadãos italianos "continuem a evitar qualquer forma de aglomeração na capital nas próximas semanas, incluindo a participação em eventos culturais com grandes multidões".
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