A polícia italiana anunciou nesta quinta-feira (23) que até agora já apreendeu 250 milhões de euros do "tesouro" de bens deixados pelo chefão mafioso Matteo Messina Denaro, histórico líder da Cosa Nostra que passou três décadas foragido.
"Até agora, cerca de 250 milhões foram apreendidos, incluindo empresas, títulos, imóveis e dinheiro referente a Matteo Messina Denaro", declarou o comandante do Grupo de Operações Especiais (ROS), Vincenzo Molinese, em Palermo.
A informação é divulgada no dia em que a Itália recorda o 32º aniversário do massacre no qual o juiz antimáfia Giovanni Falcone, a sua esposa e três guarda-costas foram mortos em um atentado da máfia em 1992.
"A máfia consegue poluir a sociedade civil. A força da Cosa Nostra está fora da organização: consegue penetrar entre os profissionais e as instituições, o que é uma das suas peculiaridades", acrescentou.
Segundo Molinese, "os grandes resultados na luta contra a máfia criam desorientação nas organizações mafiosas".
Messina Denaro foi capturado em janeiro do ano passado, após 30 anos de fuga, ao sair de uma clínica em Palermo onde tratava um câncer. Ele morreu em um hospital em L'Aquila em 25 de setembro, aos 62 anos.
O mafioso foi condenado por seu envolvimento em dezenas de crimes e assassinatos, incluindo os atentados da Cosa Nostra em 1992, que mataram os magistrados antimáfia Falcone e Paolo Borsellino.
Além disso, foi sentenciado pelo assassinato de Giuseppe Di Matteo, o filho de 12 anos de um mafioso que se tornou testemunha do Estado, que foi estrangulado e dissolvido em ácido em 1996, e atentados a bomba em locais de arte e religiosos em Milão, Florença e Roma em 1993, nos quais 10 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas.
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