O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (26) que o projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação com o homicídio é uma "carnificina".
"Não era um projeto, era uma carnificina contra as mulheres, porque ele estava criminalizando a vítima, estava querendo que a vítima pegasse tempo de cadeia maior que o estuprador", afirmou o petista em entrevista ao portal UOL.
A proposta do deputado e pastor Sóstenes Cavalcante (PL) motivou protestos em diversas capitais por prever penas de até 20 anos de cadeia para mulheres que abortarem após a 22ª semana de gravidez, mesmo em casos de estupro.
"Ainda bem que a sociedade se manifestou, ainda bem que as mulheres estão indo para a rua. Mulher não é mais objeto de mesa e cama em lugar nenhum do mundo, e muito menos no Brasil", comentou Lula, que defende tratar o tema do aborto como "questão de saúde pública".
"Eu, Lula, pai, sou contra aborto. Mas como chefe de Estado, tenho que tratar como questão de saúde pública, porque uma madame vai na clínica mais cara do mundo e ninguém nem sabe, e a pobre tenta furar o útero com uma agulha de tricô", acrescentou. (ANSA)
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