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Brasil será 'eternamente' grato à Itália por ajuda ao RS, diz Lula

Brasil será 'eternamente' grato à Itália por ajuda ao RS, diz Lula

Visita de Mattarella é 'ponto alto' de 150 anos de imigração

BRASÍLIA, 15 de julho de 2024, 14:36

Redação ANSA

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Lula se reúne com Sergio Mattarella em Brasília © ANSA/AFP

Lula se reúne com Sergio Mattarella em Brasília © ANSA/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (15) que o Brasil será "eternamente" grato pela ajuda da Itália após as inundações que deixaram mais de 200 mortos e desaparecidos no Rio Grande do Sul e convidou o país europeu a ingressar na Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza promovida pela presidência brasileira no comando do G20.
    As declarações foram dadas em pronunciamento conjunto com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, primeiro chefe de Estado do país europeu a visitar o Brasil em 24 anos.
    "Essa visita representa o ponto alto da celebração dos 150 anos da imigração italiana, que tornou as trajetórias dos nossos países para sempre indissociáveis. Esses laços se reforçam por meio de demonstrações de amizade e solidariedade, como ocorreu em relação às enchentes no Rio Grande do Sul", afirmou Lula.
    "Eu queria agradecer em público ao governo italiano por toda a ajuda que vocês fizeram para atender ao sofrimento do povo brasileiro no Rio Grande do Sul. Pode ter certeza, presidente, que foi de muita valia e importância, e tenho certeza que o povo gaúcho e brasileiro será eternamente grato ao povo italiano por sua generosidade", acrescentou o petista, citando a doação de 25 toneladas em ajuda humanitária pelo governo do país europeu.
    "O material doado certamente aliviou a enorme perda sofrida pela população gaúcha, que reúne uma parcela numerosa dos mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil", disse.

Presidentes se cumprimentam durante reunião

 
    No pronunciamento, Lula também destacou que Brasil e Itália, presidentes do G20 e G7, respectivamente, "têm a oportunidade de liderar a busca por soluções para os problemas compartilhados" e exaltou a parceria entre os países em setores como energia, onde a nação europeia está "bem posicionada" para aproveitar oportunidades.
    "Os parques eólicos e fotovoltaicos de empresas italianas e o interesse delas em hidrogênio verde mostram o potencial a ser explorado nessa área. Um exemplo é o investimento de mais de R$ 2 bilhões no Complexo Eólico Aroeira, na Bahia, feito pela Enel", declarou o mandatário, que expressou o desejo de "diversificar e incrementar" a pauta de exportações brasileiras para o mercado italiano.
    O presidente ainda aproveitou a ocasião para convidar "a Itália para se somar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza que lançaremos por ocasião do G20", em retribuição ao convite para o Brasil integrar o grupo de trabalho sobre segurança alimentar no G7.
    "O pioneirismo italiano em mecanismos de troca de dívidas por alimentos será muito valioso para nossa iniciativa", salientou.
    Segundo o presidente, "a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza mostram que abrir mão do diálogo e da diplomacia leva a consequências nefastas". "Discutimos alguns dos complexos desafios da atualidade. Manifestei minha satisfação com a vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França. Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo", afirmou.
    Lula também comentou as negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e disse esperar que as tratativas sejam concluídas "o quanto antes", em prol de um pacto "equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões".
    "Explicitei que o avanço das negociações depende de os europeus resolverem suas próprias contradições internas. Medidas como a taxa de carbono, impostas de forma unilateral pela União Europeia, podem afetar cinco dos 10 produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano", acrescentou. (ANSA)

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