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Nobel da Paz pede calma antes de liderar transição em Bangladesh

Nobel da Paz pede calma antes de liderar transição em Bangladesh

Muhammad Yunus foi escolhido para guiar governo provisório

DACA, 07 de agosto de 2024, 14:52

Redação ANSA

ANSACheck
Muhammad Yunus terá desafio de pacificar Bangladesh - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Muhammad Yunus terá desafio de pacificar Bangladesh - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, escolhido para liderar o processo de transição em Bangladesh após a renúncia da premiê Sheikh Hasina, pediu para a população "manter a calma" e evitar atos de "violência", na esteira da repressão a protestos estudantis que deixou mais de 300 mortos desde julho.
    "Peço a todos que mantenham a calma e se abstenham de qualquer tipo de violência. Fiquem calmos e se preparem para construir o país. Se tomarmos o caminho da violência, tudo estará perdido", escreveu Yunus em uma carta.
    Vencedor do Nobel da Paz em 2006 por sua luta contra a desigualdade, o economista de 84 anos, apelidado de "banqueiro dos pobres", foi escolhido para guiar um governo provisório após as manifestações que derrubaram Hasina, que estava no poder desde 2009.
    Yunus mora na Europa e deve retornar a Daca, capital de Bangladesh, nesta quinta-feira (8) para guiar uma transição democrática sob supervisão do chefe do Exército, Waker-uz-Zaman.
    "Estou certo de que Yunus será capaz de nos liderar através de um belíssimo caminho democrático", declarou o militar em um discurso à nação.
    Já o comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, celebrou a escolha do Nobel. "É uma notícia extraordinária que não apaga as incertezas, mas alimenta a esperança", disse o italiano.
    Hasina renunciou ao cargo e fugiu de helicóptero para a Índia na última segunda-feira (5), em meio à onda de protestos estudantis contra um governo acusado de corrupção e de reprimir dissidentes.
    O estopim para a revolta foram as cotas no serviço público para descendentes de veteranos da guerra de libertação de 1971, medida que beneficiaria sobretudo membros do partido de Hasina, filha de Sheikh Mujibur Rahman, líder da luta pela independência de Bangladesh. (ANSA)

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