Um ataque aéreo de Israel contra uma escola na Cidade de Gaza deixou dezenas de pessoas mortas na última sexta-feira (9), em mais um episódio dramático de uma guerra que já fez quase 40 mil vítimas no enclave palestino em 10 meses.
Segundo os serviços de socorro da Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo fundamentalista Hamas, o saldo do bombardeio ao complexo escolar Al-Tabai'een é de pelo menos 93 mortos, incluindo 11 crianças e seis mulheres. O edifício tinha dois andares e era usado como abrigo para palestinos deslocados pelo conflito.
Israel, por sua vez, disse que o balanço é "exagerado" e "não corresponde às informações disponíveis sobre as munições utilizadas e a precisão" dos armamentos. "Não havia mulheres ou crianças no local antes do ataque", disseram as Forças de Defesa Israelenses (IDF). Segundo o Exército, a ação matou "pelo menos 20 terroristas, incluindo comandantes de alto escalão do Hamas".
O colégio, de acordo com Israel, era utilizado como "esconderijo" para combatentes do grupo islâmico e para "planejamento de ataques" contra o país.
Já o Hamas afirmou que o bombardeio contra a escola na Cidade de Gaza significa uma "perigosa escalada" da guerra, enquanto o Catar, um dos países mediadores para um acordo de cessar-fogo, pediu uma investigação internacional "urgente", incluindo o envio de especialistas independentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também se pronunciou e disse ter ficado "chocado" com as imagens do bombardeio. "Pelo menos 10 escolas foram atingidas nas últimas semanas. Não há nenhuma justificativa para esses massacres", escreveu o alto representante do bloco para Política Externa no X.
"O cessar-fogo é o único caminho para interromper os assassinatos de civis e garantir a libertação dos reféns", acrescentou.
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