Em um evento que aconteceu à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alertou que a democracia vive seu momento mais crítico desde a 2ª Guerra Mundial.
No discurso que fez durante o evento "Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo", o mandatário recordou dos ataques de 8 de janeiro, em Brasília, e ao Capitólio, nos Estados Unidos.
"É inegável que a democracia vive hoje seu momento mais crítico desde a 2ª Guerra Mundial. No Brasil e nos EUA, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais. Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo", disse o petista.
"Nossa luta é fazer com que a democracia volte a ser percebida como o caminho mais eficaz para a conquista e efetivação de direitos. Para devolver a esperança a milhões de deserdados da globalização, precisamos colocar a economia a serviço do povo", acrescentou.
Após mencionar que a liberdade de expressão é um dos "pilares centrais" de uma democracia e que as redes digitais se transformaram em um "terreno fértil para discursos de ódio", Lula declarou que "nenhuma empresa de tecnologia ou indivíduo" está acima da lei, sem mencionar o bilionário Elon Musk e a rede social X, que está bloqueada no Brasil.
"Nossas sociedades estarão sob constante ameaça, enquanto não formos firmes na regulação das plataformas e do uso da inteligência artificial. Nenhuma empresa de tecnologia ou indivíduo, por mais ricos que sejam, podem se considerar acima da Lei. Elas precisam ser responsabilizadas pelo conteúdo que circulam", declarou.
Por fim, Lula destacou a importância de os líderes mundiais ouvirem estudantes, mulheres, trabalhadores e minorias raciais, étnicas e religiosas.
"A participação social é um dos principais caminhos de fortalecimento da identidade democrática. A democracia não é um pacto de silêncio. Proteger quem defende os direitos humanos, o meio ambiente e a democracia também é imprescindível. A experiência brasileira mostra que o equilíbrio entre os poderes constituídos e a resiliência e o fortalecimento das instituições são cruciais na proteção desses princípios", concluiu.
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