Quatro policiais foram indiciados nesta sexta-feira (15) por supostamente cometerem perjúrio para encobrir e desviar uma investigação sobre o assassinato do promotor antimáfia Paolo Borsellino pela Cosa Nostra em 1992.
Giuseppe Di Gangi, Vincenzo Maniscaldi, Angelo Tedesco e Maurizio Zerilli foram acusados de obstrução da justiça por supostamente mentirem como testemunhas em um julgamento sobre a suposta desorientação, que terminou com a prescrição do crime de calúnia para três de seus colegas: Mario Bo, Fabrizio Mattei e Michele Ribaudo.
Segundo o promotor Maurizio Bonaccorso, os policiais mentiram em alguns pontos e foram reticentes em outros. Com isso, a primeira audiência do novo julgamento foi marcada para o próximo dia 17 de dezembro.
Os quatro policiais faziam parte do grupo de investigação "Falcone-Borsellino", criado para esclarecer os massacres mafiosos de 1992. Em 19 de julho daquele ano, em Palermo, um Fiat 126 repleto de explosivos foi detonado em frente à casa da mãe de Borsellino, no exato momento em que ele chegava à residência com uma escolta de cinco policiais.
Entre as vítimas também estavam Agostino Catalano, Emanuela Loi, Vincenzo Li Muli, Walter Eddie Cosina e Claudio Traina.
O atentado ocorreu quase dois meses depois do Massacre de Capaci, quando a máfia tirou as vidas do também juiz Giovanni Falcone, de sua esposa Francesca Morvillo e dos policiais Rocco Dicillo, Antonio Montinaro e Vito Schifani.
Borsellino e Falcone são considerados símbolos da luta contra os grupos mafiosos da Itália no início da década de 1990 e seus assassinatos estão entre os casos mais marcantes da história judiciária do país.
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