(ANSA) - O Consulado Geral da Itália em São Paulo homenageou os magistrados antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, assassinados pela Cosa Nostra em 1992, com a exibição de um filme sobre o período que os dois passaram isolados com suas famílias na ilha de Asinara.
O evento ocorreu na noite de quarta-feira (19), data do aniversário de 31 anos do atentado que vitimou Borsellino e cinco agentes de sua escolta (Agostino Catalano, Emanuela Loi, Vincenzo Li Muli, Walter Cosina e Claudio Traina) - Falcone havia sido morto dois meses antes, ao lado de sua esposa, Francesca Morvillo, e dos policiais Antonio Montinaro, Rocco Dicillo e Vito Schifani.
"Esses são todos heróis italianos que contribuíram de maneira determinante para o desenvolvimento e a efetividade da luta contra a máfia", afirmou o cônsul da Itália em São Paulo, Domenico Fornara.
"Era d'Estate" ("Era verão", em tradução literal), de Fiorella Infascelli, se passa no verão de 1985, quando os dois magistrados e suas famílias foram levados repentinamente para a ilha de Asinara, na Sardenha, devido a ameaças de morte por parte da Cosa Nostra.
"Borsellino e Falcone foram duas pessoas que mudaram de maneira radical a modalidade da luta contra a máfia", acrescentou Fornara. Segundo o cônsul, os dois magistrados inovaram ao a tratar a máfia como uma "empresa" multinacional, perseguindo o lucro obtido com atividades criminosas e desenvolvendo cooperações internacionais, e ao utilizar delações premiadas.
"Um dos primeiros arrependidos foi Tommaso Buscetta, que ficava no Brasil. Graças à cooperação entre os juízes italianos e brasileiros, foi possível extraditar Buscetta, que foi a fonte principal de informação para reconstruir a organização da máfia", disse Fornara.
A exibição do filme teve casa cheia, incluindo as presenças do jurista Wálter Fanganiello Maierovitch, presidente e fundador do Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais e que se emocionou ao falar sobre os magistrados antimáfia, e do secretário estadual de Justiça de São Paulo, Fábio Prieto, além de representantes das polícias Federal, Civil e Militar. (ANSA)
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