Criticado no mundo todo pelo desmonte de políticas ambientais durante seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro mostrou força nas eleições municipais no Norte do Brasil, região dominada pela Amazônia, e ajudou a levar um negacionista do aquecimento global ao segundo turno em Belém, que sediará a cúpula climática da ONU em 2025, a COP30.
Candidatos apoiados pelo ex-mandatário se elegeram prefeitos em primeiro turno em duas das sete capitais da região: Rio Branco, no Acre, com Tião Bocalom (PL); e Boa Vista, em Roraima, com Arthur Henrique (MDB). Já Dr. Furlan (MDB), venceu em Macapá, no Amapá.
Além disso, bolsonaristas chegaram ao segundo turno nas outras quatro capitais da região: Porto Velho (Rondônia), com Mariana Carvalho (UB); Palmas (Tocantins), com Janad Valcari (PL); Manaus (Amazônia), com Capitão Alberto Neto (PL); e Belém (Pará), que estará no centro das atenções do mundo na COP30, com Éder Mauro (PL).
Desses quatro, Carvalho e Valcari chegam em vantagem ao segundo turno. Em Belém, no entanto, Mauro terá vida dura. Ele obteve neste domingo (6) 31,5% dos votos, contra 44% de Igor Normando (MDB), que conta com apoio de seu primo e governador Helder Barbalho (MDB), representante da família mais poderosa do estado.
O candidato do PL integra a chamada "bancada do garimpo" na Assembleia do Pará e já declarou que as previsões sobre o aquecimento global são "exageradas", além de ter dito que não está "nem um pouco preocupado" com a COP30.
Já em Manaus, maior cidade da Amazônia, Capitão Alberto Neto repetiu o slogan de Bolsonaro, "Deus, Pátria e Família", e obteve 25% dos votos no primeiro turno, contra 32% do prefeito David Almeida (Avante), que tenta afastar a nacionalização da disputa na capital amazonense.
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