A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pediu nesta segunda-feira (28) uma "investigação minuciosa" sobre supostas violações nas eleições parlamentares na Geórgia.
De acordo com os resultados oficiais, cuja oposição contestou, o partido governista Sonho Georgiano, pró-Rússia, venceu o pleito com quase 54% dos votos.
"A missão de observação internacional constatou as condições desiguais em que as eleições foram realizadas na Geórgia, que minam a confiança do público no resultado", afirmou um porta-voz da Otan, em uma publicação no X.
Segundo o representante da organização, "os relatos de violações relacionadas com as eleições devem ser sujeitos a uma investigação minuciosa".
Assim como a Otan, os Estados Unidos e a União Europeia também fizeram o mesmo pedido depois que três missões de monitoramento distintas - a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), composta por 57 nações; os grupos sem fins lucrativos norte-americanos National Democratic Institute (NDI) e International Republican Institute (IRI); e um grupo de monitoramento eleitoral georgiano - relataram violações significativas durante a votação do último sábado.
Entre as violações estão suborno, intimidação de eleitores e violência física perto das seções eleitorais, além do enchimento de urnas. Apesar dos casos, as missões não confirmaram que a votação foi fraudada ou falsificada.
A presidente Salome Zourabichvili se referiu ao resultado como uma "operação especial russa", enquanto que a porta-voz da Comissão Europeia, Nabila Massrali, disse que o bloco acompanha a evolução da situação e espera que a autoridade eleitoral da Geórgia cumpra o seu dever e realize uma investigação independente sobre as acusações de fraude eleitoral.
Por sua vez, o Kremlin rejeitou como "absolutamente infundadas" as acusações de interferência nas eleições na Geórgia e enfatizou que "é muito importante que nenhum terceiro país interfira nos resultados" do pleito.
"A senhora presidente [Salome Zurabichvili] disse que não reconhece os resultados destas eleições, e não sei se é responsabilidade do presidente reconhecer ou não as eleições", declarou o porta-voz russo, Dmitry Peskov, citado pela agência Interfax.
Segundo ele, "em qualquer caso, é tudo uma questão interna da Geórgia".
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA