(ANSA) - Um grupo de manifestantes tentou invadir o Parlamento da Geórgia nesta terça-feira (7) em meio a onda de protestos contra um projeto de lei sobre "agentes estrangeiros", informou a imprensa internacional.
"Manifestantes contra a lei de agentes estrangeiros no centro de Tbilisi, na Geórgia, romperam as barreiras de ferro na entrada do Parlamento, tentando entrar no pátio do Palácio", diz o texto publicado pela agência russa Ria Novosti.
Já a emissora Rustavi 2 TV relata que os militantes "romperam as cercas de ferro instaladas em frente ao portão principal do Parlamento, enquanto as forças especiais estacionadas no pátio interno usam canhões de água para dispersá-los".
Nesta noite, os manifestantes também jogaram coquetéis molotov e pedras contra a polícia local depois que o Parlamento de Geórgia deu seu apoio inicial ao controverso projeto que regulamentaria "agentes estrangeiros", ou seja, exigiria que as organizações que recebem mais de 20% de seu financiamento do exterior se registrassem. Com isso, teriam que se submeter ao monitoramento do Ministério da Justiça.
A presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, que está em Nova York e é contra ao projeto, manifestou seu apoio aos manifestantes, informou o portal Ukrainska Pravda.
"Dirijo-me a todos que representam a Geórgia livre. A Geórgia que vê o seu futuro na Europa e não permitirá que ninguém a prive desse futuro", ressaltou ela, especificando que o seu país não precisa da lei sobre "agentes estrangeiros" e prometendo vetá-la.
No entanto, o Parlamento em Tbilisi tem a possibilidade de anular o veto presidencial, como fez no ano passado sobre a chamada lei de escutas telefônicas, que foi criticada pela União Europeia e ativistas de direitos humanos.
"Hoje o Parlamento georgiano aprovou a nova lei sobre a transparência da influência estrangeira em sua primeira leitura. Este é um desenvolvimento muito negativo para a Geórgia e seu povo", criticou alto representante de Política Externa da UE, Josep Borrell, em nota.
Segundo Borrell, "a lei em sua forma atual corre o risco de ter um efeito dissuasivo sobre a sociedade civil e as organizações de mídia, com consequências negativas para muitos georgianos que se beneficiam de seu trabalho". "Esta lei é incompatível com os valores e padrões da UE", concluiu.
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