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Mais de 800 mil pessoas foram espionadas na Itália, diz inquérito

Mais de 800 mil pessoas foram espionadas na Itália, diz inquérito

Caso de espionagem contra personalidades chocou o país

MILÃO, 28 de outubro de 2024, 11:58

Redação ANSA

ANSACheck
Prosecutors also probing sale of data abroad (3) - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Prosecutors also probing sale of data abroad (3) - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

As autoridades italianas revelaram nesta segunda-feira (28) mais informações sobre a rede de espionagem a personalidades e empresários do país europeu, que contava com o apoio de altos funcionários públicos.
    Segundo a Direção Distrital Antimáfia (DDA) de Milão, que analisa os supostos dossiês ilegais, existe a possibilidade de que mais de 800 mil pessoas tenham sido "espionadas", em decorrência do acesso abusivo aos bancos de dados.
    Nunzio Samuele Calamucci, que foi preso pela polícia, relatou ter à sua disposição um disco rígido contendo 800 mil informações sobre 800 mil pessoas adquiridas do banco de dados da força policial.
    A gangue de hackers supostamente liderada pelo presidente da fundação Fiera Milano e proprietário da empresa Equalize, Enrico Pazzali, e o ex-policial Carmine Gallo tinha como alvo figuras empresariais, além de políticos de alto escalão, incluindo o presidente Sergio Mattarella, e o líder do Senado, Ignazio La Russa.
    Escutas telefônicas fizeram os investigadores deduzirem que o grupo interceptou um e-mail de Mattarella e descobrirem que as empresas envolvidas no esquema teriam ganhado mais de 3 milhões.
    Além disso, Gallo, o antigo "super-policial" em prisão domiciliária, assegurava "clientes e amigos, até mesmo “passaportes” para criminosos,  e muitas vezes negociava "mercadorias” com “utilidade para si ou para terceiros ligados a ele”. 

Agentes revelaram ainda que um servidor da Lituânia foi apreendido durante a investigação sobre espionagem em arquivos pessoais da polícia e do Ministério do Interior.
    Os promotores também reforçaram que se preparam para pedir permissão para interrogar pessoas no Reino Unido, onde havia um centro de hackers supostamente liderado por uma mulher.
    De acordo com as autoridades, o grupo roubou informações confidenciais de bancos de dados nacionais estratégicos. Após o caso vir à tona, a DDA de Milão interpôs um recurso no Tribunal de Revisão para solicitar 13 prisões preventivas para os suspeitos, incluindo Gallo e Calamucci, que atualmente estão em domiciliar.
    Os investigadores também pedem outros três mandatos para prisão domiciliar, incluindo para Pazzali. No último final de semana, o juiz Fabrizio Filice havia ordenado a detenção de apenas quatro envolvidos.

Entre os alvos da investigação também está Pierfrancesco Barletta, ex-acionista minoritário da Equalize srl com 5%, ex-membro do conselho de administração da Leonardo-ex-Finmeccanica e atualmente vice-presidente da SEA,  acusado de cumplicidade no acesso não autorizado ao sistema informático relativo a dois relatórios encomendados.

Já o Comitê Parlamentar para Segurança da República (Copasir) teria solicitado os documentos da investigação para analisar os perfis relativos ao envolvimento de agentes de inteligência.
   
   

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