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Itália descobre organização que rouba e vende dados confidenciais

Itália descobre organização que rouba e vende dados confidenciais

Polícia investiga filho do proprietário da Luxottica e banqueiro

MILÃO, 26 de outubro de 2024, 14:20

Redação ANSA

ANSACheck
Leonardo M. Del Vecchio e Arpe estão entre investigados - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Leonardo M. Del Vecchio e Arpe estão entre investigados - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

As autoridades italianas anunciaram neste sábado (26) a descoberta de uma organização responsável por roubar informações confidenciais de bancos de dados "estratégicos" de cidadãos, políticos, jornalistas ou celebridades e depois as vender.
    Segundo as fontes judiciais, o inquérito levou à prisão de seis pessoas, que devem responder pelos crimes de associação criminosa, acesso ilegal a sistemas informáticos, corrupção e revelação de segredos.
    O caso gira em torno da agência de investigação privada 'Equalize', de propriedade de Enrico Pazzali, presidente da fundação Fiera Milano, e administrada pelo inspetor de polícia aposentado Carmine Gallo, ambos entre os acusados.
    Entre os investigados também estão diversos policiais, alguns ainda em serviço, técnicos de informática "altamente especializados" e hackers, além de Leonardo Maria Del Vecchio, um dos filhos do proprietário da Luxottica - renomada fabricante de óculos - , e do banqueiro Matteo Arpe. Ex-funcionários da empresa de investigação Skp de Milão também estão envolvidos.
    Para o procurador nacional antimáfia, Giovanni Melillo, a investigação sobre este "caso alarmante" permite "ligar alguns pontos e compreender melhor este gigantesco mercado de informação confidencial com uma dimensão empreendedora na aquisição" dos dados.
    De acordo com ele, "a frente mais importante parece ser o mundo da economia e do empreendedorismo". Neste momento não há emergências significativas que dizem respeito à política.
    O "modus operandi" da organização consistia em relatórios encomendados com dados roubados, aos quais acessavam com a colaboração de funcionários credenciados, e "em alguns casos" essas informações acabavam nos meios de comunicação social.
    A suposta associação criminosa teria retirado informações sobre contas correntes, antecedentes criminais, fiscais, de saúde e outros dados de bases de dados estratégicas nacionais, atendendo mediante comissão e pagamento.
    Segundo as autoridades italianas, os "clientes" eram escritórios de advogados e "importantes empresas na Itália e no exterior".
    Entre as pessoas "espionadas" está Paolo Scaroni, antigo CEO da ENI e presidente do Milan.
    Após a revelação do caso, o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, declarou que os hackers estão cada vez mais à frente da polícia e as leis devem ser alinhadas e atualizadas para melhor combatê-los.
    "Os bandidos estão cada vez mais à frente dos próprios Estados, eles até conseguiram hackear o Kremlin, devemos ativar esforços alinhar a legislação atual, mas também usar a imaginação porque temos de prever o que os bandidos poderão fazer", afirmou.
    Nos últimos meses, surgiram vários casos semelhantes na Itália, sendo o mais recente o de um tenente da Guarda de Finanças, Pasquale Striano, acusado de obter muitos dados "sensíveis" entre 2019 e 2020 de celebridades e políticos.
    A própria primeira-ministra, Giorgia Meloni, foi afetada por estes crimes depois de um funcionário do banco Intesa Sanpaolo, o maior do país, ter acessado às suas contas correntes e às dos seus familiares.
   

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