O bilionário Elon Musk criticou os magistrados do Tribunal de Roma que impediram o governo da premiê da Itália, Giorgia Meloni, de manter migrantes forçados e solicitantes de refúgio em um centro de repatriação construído pelo país na Albânia.
"Esses juízes devem ir embora", disse o dono do X em seu perfil na rede social, ao responder à publicação de um usuário com a notícia da segunda decisão do Tribunal de Roma contrária ao acordo entre Itália e Albânia.
Musk conversou por telefone com Meloni na semana passada, logo após a vitória de seu aliado Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, e mantém relação próxima com o governo italiano.
Roma construiu centros de triagem e repatriação para migrantes e refugiados na Albânia, com o objetivo de desestimular fluxos migratórios no Mar Mediterrâneo Central, porém duas decisões da Justiça colocaram essa estratégia em xeque.
A primeira delas, em outubro, impediu a permanência de 12 bengaleses e egípcios em um centro de repatriação em Gjader porque seus países de origem não poderiam ser considerados "seguros".
Já na última segunda-feira (11), o Tribunal de Roma encaminhou o caso de sete migrantes - novamente de Bangladesh e Egito - para a Corte de Justiça da União Europeia e suspendeu a audiência de custódia sobre a transferência do grupo para a Albânia.
Nos dois episódios, os migrantes forçados tiveram de retornar à Itália em liberdade, provocando a fúria do governo. "Outra sentença política contra os italianos e sua segurança", disse o vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, expoente da linha dura da gestão Meloni na questão migratória.
Segundo o governo, os centros na Albânia receberão apenas deslocados internacionais do sexo masculino, que não estejam em situação de vulnerabilidade e originários de países "seguros", mas a Justiça e agências de direitos humanos questionam a inclusão de Bangladesh e Egito nessa definição.
O primeiro tem relatos de perseguições contra minorias religiosas e étnicas, enquanto o segundo é governado pelo presidente autocrático Abdel Fattah al-Sisi, cujo regime é acusado, entre outras coisas, de torturar e assassinar o pesquisador italiano Giulio Regeni em 2016.
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