O papa Francisco enviou nesta quarta-feira (13) uma mensagem para a cúpula climática da ONU em Baku, a COP29, e disse que os países ricos têm uma "dívida ecológica" com as nações em desenvolvimento.
O texto foi lido pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que lembrou o apelo do líder da Igreja Católica para que o mundo desenvolvido reconheça a "gravidade de muitas de suas ações passadas e perdoe as dívidas de países que nunca serão capazes de pagá-las".
"Mais que uma questão de generosidade, isso é uma questão de justiça. Isso é agravado hoje por uma nova forma de injustiça que reconhecemos cada vez mais, ou seja, a existência de um verdadeiro débito ecológico, particularmente entre o Norte e o Sul globais, ligado a desequilíbrios comerciais com efeitos no meio ambiente e ao uso desproporcional de recursos naturais por certos países durante longos períodos de tempo", disse Parolin, citando palavras do Papa.
O Vaticano também defendeu o princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", e destacou a importância de se implementar soluções que "não minem ainda mais o desenvolvimento e a capacidade de adaptação de muitos países que já carregam o fardo de dívidas econômicas paralisantes".
"É essencial buscar uma nova arquitetura financeira internacional centrada no ser humano, ousada, criativa e baseada em princípios de igualdade, justiça e solidariedade. Uma arquitetura financeira que possa verdadeiramente garantir a todos os países, especialmente aos mais pobres e vulneráveis a desastres climáticos, atingir seu pleno potencial", acrescentou Parolin.
Segundo o secretário de Estado, os "dados científicos disponíveis não nos permitem novos atrasos e deixam claro que a preservação da criação é um dos temas mais urgentes de nossa era". "Também precisamos reconhecer que ela está ligada intimamente à preservação da paz", afirmou.
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