Um tribunal da França condenou nesta quinta-feira (19) Dominique Pelicot homem acusado de dopar a ex-esposa Gisèle Pelicot e de convidar dezenas de indivíduos para violentá-la, à pena máxima de 20 anos de prisão.
O réu foi considerado culpado de estupro agravado, assim como outros 49 homens que pegaram de três a 13 anos de cadeia, sendo dois com sentença suspensa (ou seja, a condenação será cumprida apenas em caso de reincidência) e quatro com pena parcialmente suspensa.
Além disso, outro acusado foi condenado a 12 anos de prisão por ter violentado a esposa diversas vezes com a ajuda de Pelicot, após dopá-la com o mesmo método.
"Senhor Pelicot, o senhor é culpado de estupro agravado contra a pessoa de Gisèle Pelicot", declarou o presidente da Corte Criminal de Vaucluse, em Avignon, Roger Arata. O réu escutou a sentença de pé e atento, mas sem expressar emoções, e toda a família estava presente no tribunal, incluindo a vítima e os filhos do ex-casal.
Pelicot, 72, dopava Gisèle, também de 72, com medicamentos e a violentava enquanto ela estava inconsciente. Além disso, ao longo de 10 anos, convidou dezenas de homens pela internet para estuprar a própria esposa, crimes que eram filmados e fotografados pelo réu.
O caso foi descoberto após Pelicot ter sido preso por filmar partes íntimas de mulheres em um shopping. Durante as investigações, a polícia encontrou milhares de fotos e vídeos dos estupros coletivos contra Gisèle.
Apenas 18 acusados se declararam culpados, enquanto os outros admitiram relações sexuais com a vítima, porém alegaram que não sabiam que ela não tinha dado consentimento.
O caso provocou consternação na França e transformou Gisèle em uma heroína feminista devido à sua decisão de revelar a identidade e tornar o processo público. Pelicot terá de cumprir pelo menos dois terços da pena antes de pedir a liberdade condicional.
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