Uma reunião da coalizão de direita na Itália vai discutir a candidatura do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ao cargo de presidente da República, que ficará vago no início de fevereiro.
O partido conservador Força Itália (FI) tenta emplacar o nome do ex-premiê para o lugar de Sergio Mattarella na chefia do Estado e busca o endosso de seus aliados Liga e Irmãos da Itália (FdI), legendas de extrema direita lideradas por Matteo Salvini e Giorgia Meloni, respectivamente.
"Pedimos para Berlusconi se candidatar, e a decisão será tomada na próxima cúpula da centro-direita. Ele [Berlusconi] no Quirinale [sede da Presidência] e Draghi como primeiro-ministro seria uma ótima dupla", disse nesta segunda-feira (10) o coordenador do FI e braço-direito de Berlusconi, Antonio Tajani.
"Com a saída de cena de Merkel, precisamos de lideranças fortes na Europa, e Berlusconi e Draghi, juntos, poderiam reforçar a Itália", acrescentou. Tajani, contudo, não disse quando será a reunião entre FI, Liga e FdI.
O presidente da República Italiana é eleito pelo Parlamento e por delegados das 20 regiões do país, e a coalizão conservadora tem pouco menos da metade dos cerca de mil votos totais.
No entanto, para ser eleito, um candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos; se esse patamar não é alcançado nos três primeiros escrutínios, a partir da quarta votação é necessária apenas a maioria absoluta.
Berlusconi, contudo, enfrenta resistência em partidos de esquerda e na sigla antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), dono da maior bancada no Parlamento.
"Nos últimos anos, Berlusconi foi um líder de partido e uma figura muito divisiva, então não pode ser uma hipótese em uma mesa na qual se busca fazer uma escolha como maioria", disse nesta segunda o vice-líder do Partido Democrático (PD) no Senado, Franco Mirabelli.
Já o líder do partido de centro Ação, Carlo Calenda, afirmou que a possibilidade de eleger Berlusconi como presidente é "irreal" devido ao fato de sua figura provocar resistência em metade dos italianos.
Calenda ainda propôs a eleição da ministra da Justiça, Marta Cartabia, que não tem histórico de filiação partidária e seria a primeira mulher como chefe de Estado na Itália. "É uma pessoa de grande qualidade, ex-presidente da Corte Constitucional", acrescentou.
Outro nome cotado é o do premiê Mario Draghi, uma vez que seu governo já tem o apoio de uma coalizão de união nacional que vai da esquerda à extrema direita. No entanto, sua ascensão ao Palácio do Quirinale deixaria vago o cargo de primeiro-ministro, o que poderia até colocar o país no caminho de eleições antecipadas.
A votação para presidente está marcada para começar em 24 de janeiro. (ANSA)
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