O antibiótico azitromicina sumiu das farmácias da Itália após uma alta procura por seus supostos benefícios contra a Covid-19. Assim como ocorreu no Brasil, milhares de italianos foram comprar o remédio ao contraírem a doença em meio à explosão de casos provocada nas últimas semanas por conta da disseminação da variante Ômicron.
"A azitromicina é um antibiótico antibacteriano que serve para alguns tratamentos de infecções por bactérias, mas não serve para nada para curar a Covid-19. A pergunta 'se a azitromicina serve para a cura da Covid?' ou 'se há algum estudo que diga que serve para qualquer coisa, para curar antes, para reduzir a ida para o hospital?', nada disso. Sabe para que ela serve? Para produzir bactérias resistentes, da qual a Itália tem mais do que qualquer país europeu", disse o infectologista Matteo Bassetti.
Segundo o estudioso e especialista, "nas infecções virais como a Covid, os antibióticos não devem ser usados, salvo em casos muito específicos, muito específicos mesmo, menos de 2% do total". "Eles não servem. Eles criam resistência e depois fazem falta para quem realmente precisa", acrescentou.
Quem também se manifestou foi a Agência Italiana de Remédios da Itália (Aifa), órgão semelhante à Anvisa no Brasil.
"A azitromicina e nenhum antibiótico em geral é aprovado ou recomendado para o tratamento da Covid. Desde o início da pandemia, a Aifa desencorajou fortemente o uso da azitromicina para a Covid", diz o comunicado oficial.
A Pfizer, que produz o remédio Zitromax, o mais consumido no país, afirmou que a falta de remédios ocorreu por conta "da alta demanda, superior as estimativas" e que deve haver normalidade no fornecimento "no fim do mês de fevereiro".
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