A Justiça de Roma arquivou nesta segunda-feira (31) o processo contra os fuzileiros navais italianos Salvatore Girone e Massimiliano Latorre, acusados de matar dois pescadores na Índia em 2012.
A decisão do juiz acolheu o pedido dos procuradores da capital italiana Michele Prestipino e Erminio Amelio de arquivar o caso porque, mesmo quase 10 anos depois do crime, não existiam provas suficientes para dar andamento ao processo.
"Foi um verdadeiro calvário, suportado por Salvatore Girone com dignidade e confiança que dão honra a Itália inteira: ao fim de quase 10 anos, a verdade prevaleceu. Isso significa que não havia nada contra eles e, depois que a Procuradoria de Roma reconheceu, o juiz preliminar também decretou definitivamente o fim", informam em nota os advogados de Girone, Fabio Federico e Michele Cinquepalmi.
Quem também se manifestou pelo caso foi o ministro da Defesa da Itália, Lorenzo Guerini, que afirmou estar "satisfeito" com o arquivamento da investigação.
"Nesse longo período, a Defesa seguiu cada fase processual, e conjuntamente com as Relações Exteriores, a fase de arbitragem internacional no Tribunal de Haia que sancionou a autoridade da justiça italiana. Termina assim um longo caso no qual a Defesa nunca deixou sozinhos os marinheiros e as suas famílias", disse Guerini.
Latorre e Girone eram acusados de matar dois pescadores indianos em 15 de fevereiro de 2012 quando estavam a serviço do navio petroleiro Enrica Lexie. O incidente ocorreu em águas internacionais, perto do estado de Kerala, e os fuzileiros alegaram ter confundido as vítimas com piratas.
Os dois chegaram a ser presos e ficaram retidos na Índia, mas voltaram à Itália em setembro de 2014, caso de Latorre, e em maio de 2016, no caso de Girone.
Em 15 de junho do ano passado, a Suprema Corte da Índia determinou o encerramento de todos os processos judiciários no país contra os dois fuzileiros após a Itália pagar uma indenização de 100 milhões de rúpias às famílias das vítimas.
A decisão também seguiu uma sentença emitida pelo tribunal internacional de arbitragem de Haia, emitida em julho de 2020, que reconheceu a "imunidade" dos militares italianos.
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