O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, anunciou neste sábado (5) sua renúncia ao cargo de membro do Comitê de Garantias do Movimento 5 Estrelas (M5S), partido que está no meio de uma crise interna após os debates que culminaram com a decisão de apoiar um novo mandato de Sergio Mattarella.
A decisão foi divulgada em uma carta enviada ao atual líder da sigla, Giuseppe Conte, e ao fundador do M5S, o comediante Beppe Grillo, e é tomada após um embate entre Di Maio e o ex-premiê.
O chanceler pediu respeito à pluralidade de opiniões dentro do M5S e ressaltou que renunciou porque quer continuar a dar sua contribuição, apresentando ideias e propostas, e garantir um debate positivo e franco no partido.
"Acredito que dentro de uma força política é essencial dialogar, confrontar e ouvir todas as vozes. Todas as almas, mesmo as que pensam diferente, devem ter espaço e possibilidade de expressar suas ideias", diz o chanceler.
O chefe da diplomacia italiana explicou ainda que "nestes dias o debate interno degenerou, falou-se em cisões, processos".
"Continuo a pensar que é essencial confrontarmo-nos dentro do Movimento, porque o Movimento é a nossa casa, e é essencial ouvir as muitas vozes que existem e nunca reprimi-las", prosseguiu.
Após elogiar os esforços de alguns membros do M5S para "favorecer um diálogo sereno entre diferentes linhas de pensamento", Di Maio afirmou que a partir de agora estará "entre as vozes que estão dispostas a apoiar o novo rumo, mantendo a liberdade de levantar a mão e dizer o que está errado e o que deve ser melhorado".
Por fim, Di Maio reforça que sua renúncia permitirá "expressar essas ideias de forma construtiva e proposital". "Esta nossa revolução democrática é hoje chamada a passar do seu ardor juvenil à sua maturidade, sem negar as suas raízes mas identificando caminhos mais estruturados para realizar o seu desenho. A nossa visão do mundo é sempre a mesma: queremos construir um futuro, justo, participativo, acessível e digital", concluiu.
Durante as negociações para a escolha do novo presidente da Itália, fontes do partido disseram que Di Maio teria agido contra as decisões de Conte, tendo em vista que diversos outros parlamentares teriam defendido a condução do atual premiê, Mario Draghi, para a Presidência, enquanto Conte era favorável a recondução de Mattarella. (ANSA)
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