O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta sexta-feira (18) que as possíveis sanções contra a Rússia "devem ser eficazes e sustentáveis e por isso há uma grande colaboração também por parte de outros países".
Durante coletiva de imprensa, Draghi explicou que o governo italiano está totalmente alinhado com a posição de outras nações e está discutindo com a União Europeia (UE) um pacote de punições proporcionais, que deve se concentrar em setores específicos, sem incluir a energia.
"No momento, ainda não há avaliação sobre o impacto quantitativo de quaisquer sanções, mas sabe-se que certas punições teriam mais impacto na Itália e menos em outros países", afirmou ele, ressaltando que os pontos de vista da Itália são "plenamente levados em consideração".
Segundo o premiê italiano, "todas as sanções que impactam indiretamente no mercado de energia afetam mais no país que mais importa gás. E a Itália só tem gás, não tem energia nuclear e carvão e está mais exposta".
Draghi informou também que o governo está estudando como a Itália poderia continuar a ser abastecida por outras fontes, caso as da Rússia falhem.
Por fim, reiterou a importância de "ter uma posição firme contra um (possível) ataque à Ucrânia", mas defendeu "todas as possibilidades de diálogo aberto" e expressou a "ambição de trazer todos para a mesma mesa". "Devemos fazer todo o possível para que isso aconteça", concluiu.
Ontem, o embaixador russo na Itália, Sergey Razov, informou que o governo de Vladimir Putin está pronto para aumentar o seu fornecimento de gás aos italianos, se necessário. Além disso, o presidente da Rússia também convidou Draghi para visitar Moscou, disse Razov.
A Itália obtém cerca de 40% de seu gás da Rússia. O grupo de energia estatal Eni tem contratos estratégicos de gás de longo prazo com os russos e acordos com o grupo petrolífero russo Rosneft que estão suspensos.
A preocupação aumentou com a possível interrupção do fornecimento da Rússia, o maior fornecedor de gás da Europa, após o acúmulo de tropas russas perto da Ucrânia e o aumento das tensões entre Moscou e o Ocidente. (ANSA)
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