A Justiça italiana decidiu nesta quinta-feira (7) que 59 pessoas, incluindo o ex-CEO da Autostrade per I'Italia, Giovanni Castellucci, serão julgados a partir do dia 7 de julho pelo desabamento da ponte Morandi, em Gênova, cuja queda em 14 de agosto de 2018 deixou 43 mortos.
A decisão foi tomada pela juíza do processo preliminar, Paola Faggioni, que tornou réus todos os 59 acusados pela tragédia, após cerca de uma hora e meia de audiência.
Os promotores italianos descreveram a ponte como uma "bomba-relógio" que poderia ter desmoronado a qualquer momento devido ao seu mau estado de conservação.
Hoje, a magistrada também acordou com a empresa Autostrade per l'Italia (ASPI) e sua subsidiária de engenharia SPEA, que seria responsável pela manutenção da infraestrutura, o pagamento de indenização de cerca de 30 milhões de euros, mas decidiu que os indivíduos ainda deveriam ser julgados.
Além disso, a justiça também manteve os achados da ponte Morandi sob apreensão. Recentemente, a procuradoria havia dado autorização para a liberação para permitir que a Prefeitura continuasse as obras do Parco della Memoria, local projetado pelo arquiteto Stefano Boeri, para lembrar as vítimas.
Os promotores Massimo Terrile e Walter Cotugno conduziram três anos de investigação sobre as causas do colapso do viaduto que chocou o país e durante os cinco meses de audiências preliminares acusaram os réus do mau estado da ponte.
Os dois descreveram a ponte como uma "bomba-relógio" que poderia ter desmoronado a qualquer momento devido ao seu mau estado de conservação.
O Ministério Público culpa as 59 pessoas por crimes como múltiplo homicídio culposo (quando não há intenção de cometer o delito), homicídio rodoviário, atentado à segurança dos transportes, desabamento doloso (quando há intenção de cometer o delito), omissão e falsificação.
De acordo com a acusação, o viaduto desabou por falta de manutenção, adiada ao longo dos anos, e todos sabiam que haviam problemas, mas ninguém fez nada.
A Ponte Morandi, em Gênova, foi reinaugurada em 3 de agosto de 2020 e batizada como Viaduto San Giorgio. O projeto foi feito pelo famoso arquiteto Renzo Piano, ao custo de 200 milhões de euros, valor bancado por um consórcio público-privado. (ANSA)
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