Diminuiu para cinco o número de pessoas desaparecidas em função do desabamento de uma porção da geleira Marmolada, no extremo-norte da Itália, no último domingo (3).
Na segunda-feira (4), equipes de resgate italianas chegaram a divulgar que buscavam os paradeiros de 19 indivíduos, porém a maioria dessas pessoas já foi rastreada.
O balanço provisório da tragédia é de sete mortos, sendo que quatro já foram reconhecidos: três italianos, dos quais dois eram guias de montanha, e um tcheco. O incidente também deixou oito feridos.
As buscas prosseguem com o auxílio de drones equipados com câmeras térmicas, que já conseguiram detectar a presença de restos mortais na área da Marmolada. No entanto, o calor na região nesta época do ano torna as operações mais perigosas devido ao risco de novos desmoronamentos.
"Permanece o risco de novos desprendimentos no serac [bloco de gelo de grandes dimensões] ainda pendente na montanha. Todas as atividades que fazemos levam em conta esse aspecto", disse o chefe do Socorro Alpino nacional, Maurizio Dellantonio. Toda a área do maciço está fechada por razões de segurança.
As autoridades italianas já excluíram qualquer negligência ou imprudência no desabamento. "Neste momento podemos excluir absolutamente a previsibilidade e a negligência ou imprudência", disse o promotor-chefe de Trento, Sandro Raimondi, em entrevista ao Tg3.
Segundo Raimondi, "a imprevisibilidade neste momento é o que é o protagonista” porque “para ter uma responsabilidade é preciso ser capaz de prever um acontecimento, o que é muito, muito difícil”.
“Quando os carabineiros Cavalese me ligaram logo após a tragédia, falaram-me de uma situação quase apocalíptica", concluiu.
O desabamento ocorreu no glaciar da Marmolada, montanha de maior altitude das Dolomitas, com 3.343 metros, em meio a uma das piores secas das últimas décadas na Itália, com drásticas reduções na cobertura nevosa das geleiras.
Um estudo científico divulgado em meados de junho aponta que a camada de neve no glaciar no fim de maio era de 714 milímetros, número 50% menor que a média do período. Além disso, a geleira já perdeu mais de 80% de seu volume nos últimos 80 anos, e previsões apontam que ela pode desaparecer antes de 2050. (ANSA)
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