A Itália se despede neste sábado (16) de Eugenio Scalfari, fundador do jornal "La Repubblica" e um dos grandes nomes do jornalismo do país, em uma cerimônia em Roma.
O corpo do jornalista, que faleceu no último dia 14 de julho, aos 98 anos, é velado na Sala da Promoteca, no Campidoglio, em uma cerimônia repleta de personalidades italianas.
As filhas de Scalfari, Enrica e Donata, junto com sua família, e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, iniciaram o funeral com um longo discurso, seguido de uma mensagem enviada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e uma lembrança de Walter Veltroni.
"A França perdeu um grande amigo. Eugenio Scalfari era um admirável falante de francês, mas sobretudo um homem que amava a França, o esclarecimento, a liberdade, a tolerância e os direitos humanos", disse Macron no texto lido pelo jornalista Bernard Guetta. "Obrigado querido Eugenio por esta simbiose entre Itália e França necessária para a Europa".
Na entrada do local, uma pequena multidão acompanhou a homenagem pelo telão instalado na Piazza Campidoglio. Ontem, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro Mario Draghi também participaram da cerimônia.
Natural de Civitavecchia, na província de Roma, Scalfari também foi um dos criadores da revista "L'Espresso", que é focada em reportagens investigativas. Ao lado do periódico "La Repubblica", os dois veículos de comunicação atingiram o topo da difusão e deixaram uma grande marca no jornalismo do país.
Após uma longa carreira à frente dos jornais romanos, Scalfari se dedicou sobretudo à escrita, tendo até lançado uma autobiografia em 2014 para celebrar seu 90º aniversário. O jornalista costumava abordar questões filosóficas nos vários livros que escreveu.
Em uma oportunidade, o papa Francisco respondeu um artigo escrito pelo jornalista sobre fé e laicidade com uma carta ao "La Repubblica" publicada em setembro de 2014.
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