Mais de 10 prefeitos italianos expressaram "sua incredulidade e preocupação" pela crise no governo do premiê Mario Draghi e lançaram um apelo por estabilidade, apoiando uma segunda administração liderada pelo ex-presidente do Banco Central Europeu.
A carta aberta foi divulgada neste sábado (16) e assinada por Luigi Brugnaro (prefeito de Veneza), Marco Bucci (Gênova), Antonio Decaro (Bari), Michele De Pascale (Ravenna), Giorgio Gori (Bergamo), Roberto Gualtieri (Roma), Stefano Lo Russo (Turim), Dario Nardella (Florença), Maurizio Rasero (Asti), Matteo Ricci (Pesaro), Giuseppe Sala (Milão).
"Nós, prefeitos, chamados todos os dias à difícil gestão e resolução dos problemas que afligem os nossos cidadãos, pedimos a Mario Draghi que vá em frente e explique ao Parlamento as boas razões que nos obrigam a continuar a ação de governo", diz o texto.
Os prefeitos pedem ainda para "todas as forças políticas presentes no Parlamento que deram vida à maioria deste último ano e meio que pensem no bem comum e coloquem o interesse do país acima dos seus próprios problemas internos".
Segundo eles, agora, mais do que nunca, o país precisa de estabilidade, principalmente depois de uma pandemia, uma guerra em curso e um esforço sem precedentes de revitalização econômica, além da criação de obras públicas indispensáveis e a gestão da emergência social.
"O país não pode se dar ao luxo de uma crise que significa imobilidade e divisão onde agora precisamos de ação, credibilidade, seriedade", apelou.
No documento, os prefeitos das 11 cidades italianas também expressam sua "descrença e preocupação" com a crise do governo "gerada pelo comportamento irresponsável de parte da maioria".
Para eles, "Draghi representou até agora nosso país de forma autoritária no fórum internacional e mais uma vez mostrou dignidade e estatura, tanto política quanto institucional".
O premiê da Itália "escolheu com coragem e rigor não se contentar com a confiança numérica obtida no Senado, mas exigir a confiança política sincera e leal de todos os partidos que o apoiaram desde o início", concluíram.
A carta é divulgada após Draghi apresentar sua renúncia ao cargo depois que o Movimento 5 Estrelas (M5S) boicotou uma votação no Senado e provocou a crise atual. No entanto, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, rejeitou o pedido e pediu para o premiê ir ao Parlamento na próxima quarta-feira (20) para fazer consultas com os partidos para verificar se há maioria. (ANSA)
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