Começou nesta segunda-feira (8) o programa de vacinação do governo da Itália contra a varíola dos macacos, doença que já infectou mais de 500 pessoas no país.
A campanha de imunização teve início no Instituto Lazzaro Spallanzani, hospital de Roma que é a principal referência no combate a patologias infecciosas na Itália.
"Será uma dezena de vacinações hoje, porém mais de 500 pessoas já expressaram o desejo de se imunizar", declarou o secretário de Saúde da região do Lazio, Alessio D'Amato.
As próximas regiões serão Lombardia, Emilia-Romagna e Vêneto, que, juntas com o Lazio, concentram a maioria dos casos até o momento.
O programa de imunização é voltado a funcionários de laboratório com possível exposição direta ao Orthopoxvirus (gênero de vírus causadores da varíola), pessoas gays, transgênero, bissexuais e homens que tiveram relações sexuais com homens.
Dentro dessas categorias, serão priorizados indivíduos que tenham tido um ou mais dos seguintes comportamentos: relações sexuais com mais de um parceiro nos últimos três meses, participação em eventos de sexo de grupo, participação em encontros sexuais em clubes e saunas, infecção sexualmente transmitida no último ano e hábito de consumir drogas químicas durante atos sexuais.
"Não é uma doença grave, mas é melhor encerrar logo essa história e evitar que ela se estenda para o restante da população", disse o diretor do Lazzaro Spallanzani, Francesco Vaia.
O imunizante usado é o Jynneos, desenvolvido inicialmente para combater a varíola humana, doença erradicada no mundo desde 1980.
A varíola dos macacos pode ser transmitida por gotas de saliva e por contato com fluidos corporais e lesões cutâneas, inclusive durante relações sexuais. Já os sintomas são semelhantes aos da varíola humana, como febre, dores musculares e o surgimento de bolhas na pele, embora de forma mais leve.
O nome "varíola dos macacos" se deve ao fato de o vírus ter sido descoberto em colônias de símios, em 1958. Atualmente, acredita-se que os roedores sejam os principais hospedeiros do patógeno.
No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como "emergência de interesse internacional", seu mais alto nível de alerta. (ANSA)
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