O líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, disse nesta terça-feira (23) que a posição internacional da Itália em relação à Rússia devido à invasão da Ucrânia não mudará, caso governe o país após as eleições do próximo dia 25 de setembro.
A declaração foi dada depois que a esquerda italiana acusou a direita de ter relações próximas com Moscou e de potencialmente enfraquecer a frente ocidental de sanções contra a invasão russa.
"Quanto à Ucrânia, a Liga fará o que outros países democráticos e ocidentais fazem. Seja qual for o resultado das eleições, a posição internacional da Itália não mudará", disse Salvini em uma reunião em Rimini, no norte da Itália.
No entanto, para o ex-ministro do Interior do país europeu, as sanções da União Europeia (UE) aplicadas contra Moscou não estão dando os resultados esperados porque a economia de Vladimir Putin não tem sofrido o impacto. Ele, inclusive, pediu que a "utilidade do instrumento" seja avaliada.
"Se funcionar, vamos em frente , mas se tiver o efeito contrário, corremos o risco de continuar por dez anos", argumentou ele, acrescentando que "não gostaria que as sanções alimentassem a guerra".
De acordo com o líder de extrema-direita, "as sanções para parar a guerra, para forçar a Rússia a parar os ataques estão certas, o problema é que os números nos dizem que o contrário está acontecendo".
"Os números oficiais dizem que com as sanções a Rússia está ganhando mais, vendendo mais, faturando mais. Seria a primeira vez na história que o sancionado ganha e aquele que pune perde", lembrou.
Salvini disse ainda que espera que "esta maldita guerra pare o mais rápido possível" para que "os russos voltem para casa o mais rápido possível, para salvar vidas na Ucrânia e famílias na Itália, porque se a guerra continuar, as contas de eletricidade e gás de setembro serão devastadoras".
"A pior coisa que você pode fazer é dar sinais de concessões a Putin: sobre isso a Itália deve ser muito clara, manter suas alianças e não mudar de linha. Fazer isso seria ceder a Putin, que está chantageando a Itália e a UE", explicou ele, lembrando que "você não responde à chantagem cedendo".
Hoje, o primeiro-ministro Mario Draghi reiterou também que a Itália "continuará a apoiar a Ucrânia" e que "a Rússia deve acabar com sua ocupação ilegal, seus ataques brutais contra civis desarmados".
Segundo Draghi, a Itália continuará a apoiar a Ucrânia "em sua luta para resistir à invasão russa, para restaurar sua integridade territorial, para proteger sua democracia e sua independência".
Além disso, o chefe de governo italiano ressaltou que o país "sempre condenou a ocupação da Crimeia" e está " preocupado com o agravamento dos direitos humanos na península e as injustiças contra a comunidade". "A luta pela Crimeia faz parte da luta pela libertação da Ucrânia", concluiu. (ANSA)
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