O ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini convocou neste domingo (17) uma reunião com os líderes do partido ultranacionalista Liga para debater a crise política no país.
A decisão foi tomada um dia após o ultimato do líder do Movimento 5 Estrelas, Giuseppe Conte, para se manter no governo. Ontem, ele disse que, se o premiê da Itália, Mario Draghi, não for claro em relação às suas exigências, o partido antissistema abandonará a coalizão de união nacional.
Segundo fontes do partido, a sigla de extrema direita está cada vez mais desconcertada pelas recentes declarações de Conte e também pela polêmica envolvendo o M5S e o Partido Democrático (PD), cujo senador Andrea Marcucci revelou que "acabou a aliança com o M5S".
Em meio às polêmicas, o partido de Salvini acredita, bem como foi declarado por Draghi, que neste momento "falha o pacto de confiança subjacente à ação do governo".
Enquanto isso, uma nova cúpula de deputados e senadores do M5S foi retomada com o líder do movimento. O encontro está acontecendo via plataforma zoom.
Principal causador da crise que colocou em xeque o governo de Draghi, o M5S está dividido entre os que querem deixar a coalizão atual do governo e os que pedem para manter a confiança no ex-presidente do Banco Central Europeu para não afetar o investimento dos fundos europeus.
Conte e os membros do M5S tentam estudar uma posição sobre a crise que eles mesmos desencadearam na última quinta-feira ao não votar uma moção de confiança no Senado da Itália, distanciando-se do resto da coalizão.
Após o boicote, Draghi decidiu renunciar, embora o presidente italiano, Sergio Mattarella, tenha rejeitado se pedido e o encarregado de resolver a crise no Parlamento no próximo dia 20 de julho.
A divisão do M5S é liderada pela posição de dois de seus ministros e expoentes, o da Agricultura, Stefano Patuanelli, e o das Relações com o Parlamento, Federico D'Incà.
Patuanelli disse que renunciará ao cargo no governo se Conte solicitar, enquanto D'Incà pediu hoje "uma trégua" com Draghi "para o bem do país" e "para não impedir a aplicação das reformas" do Plano de Recuperação. (ANSA)
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