O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou por videoconferência nesta sexta-feira (2) do 48º Fórum de Ambrosetti, uma das principais reuniões sobre economia mundial no Lago de Como, em Cernobbio, norte da Itália, e disse que seu país está pronto para aumentar as exportações de energia para a Europa.
"A Ucrânia está pronta para aumentar as exportações de energia para a Europa, mas pra isso é importante que a usina nuclear de Zaporizhzhia permaneça conectada à rede ucraniana", declarou ele na abertura do evento.
Segundo o líder ucraniano, "a presença russa na usina nos impede de contribuir para a situação energética na Europa" e a proteção de Zaporizhzhia "é uma salvaguarda contra desastres nucleares". "Não podemos permitir riscos nucleares".
Para Zelensky, as exportações de energia da Ucrânia "podem reduzir a pressão de Moscou sobre a Europa e a Itália" e, "apesar de todas as dificuldades, podemos ajudar a atender pelo menos 8% do consumo de energia da Itália".
Além disso, explicou que "a Ucrânia pode se tornar um hub verde para a Europa e substituir as energias sujas da Rússia". "Temos grande potencial para desenvolver energias renováveis e hidrogênio verde", enfatizou.
Durante sua participação no fórum italiano, o presidente da Ucrânia lembrou ainda que Zaporizhzhia foi atacada várias vezes logo após a Rússia iniciar a invasão. "Estávamos a um passo de uma catástrofe, e foi apenas graças aos engenheiros ucranianos que o acidente foi evitado. Se não fossem eles, teria sido um acidente pior do que Chernobyl", disse.
A participação de Zelensky ocorre após o presidente da Ucrânia ter criticado o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, por não ter pedido a desmilitarização da usina situada no sudeste da Ucrânia, controlada atualmente pelas tropas russas.
Ontem, especialistas da AIEA iniciaram uma inspeção na instalação, a qual Grossi disse que sua "integridade física" foi "violada várias vezes".
Em sua intervenção no Fórum de Ambrosetti, Zelensky disse também que espera "encontrar o primeiro-ministro Mario Draghi na Itália" e lembrou que conversou com o italiano em Kyiv em junho, quando o chefe de governo visitou a Ucrânia com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron.
Por fim, ele agradeceu à Itália "por ter apoiado minha nação, pela recepção de refugiados" após a invasão russa.
O evento no Lago de Como terá ainda a análise dos futuros desafios globais e os impactos na economia com a intervenção do chanceler da Itália, Luigi Di Maio. Durante o primeiro dia também haverá uma série de debates e comparações sobre a incerteza da situação econômica mundial e sobre a transição.
Amanhã, a expectativa fica por conta da mensagem do presidente da Itália, Sergio Mattarella, e das declarações de ministros, políticos e representantes institucionais de outros países. (ANSA)
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