De uma "Commonwealth à italiana" à reforma do sistema eleitoral para os italianos no exterior para limitar o risco de fraudes; de um aumento dos consulados para garantir uma atenção mais capilarizada aos inscritos no Aire (acrônimo de Cadastro dos Italianos Residentes do Exterior) até um maior empenho no campo da educação e dos esportes: são várias as propostas dos candidatos às eleições parlamentares da Itália na América Meridional, que reúnem 13 países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela) e mais de 1 milhão de eleitores.
Votos que serão transportados em parte por um voo de carga da ITA Airways entre São Paulo e Roma. A bordo estarão toneladas de cédulas eleitorais de italianos que vivem no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.
O consulado-geral de São Paulo é designado como o hub de coleta de todas as outras seis sedes consulares no Brasil e no Uruguai. Na noite de 23 de setembro, o avião da companhia aérea italiana chegará de Buenos Aires no Aeroporto Internacional de Guarulhos, com os pacotes já recolhidos na Argentina no Paraguai, embarcará os do Brasil e do Uruguai e depois continuará viagem até Fiumicino.
No Brasil, mais de 442 mil cédulas eleitorais foram enviadas, diante de 718 mil italianos inscritos no Aire, um aumento significativo em relação às eleições de 2018, quando os envelopes transmitidos totalizaram 351 mil, diante de 530 mil inscritos no Aire.
Nas eleições de quatro anos atrás, votaram cerca de 30% dos eleitores no Brasil, índice que caiu para 23% e 22% nos referendos de 2020 e 2022 e que muitos esperam que possa voltar a subir neste ano.
Existe, no entanto, um risco de fraudes, como evidencia o parlamentar Fabio Porta, reintegrado ao Senado após três anos e meio de investigações sobre irregularidades que favoreceram a eleição de Adriano Cario, cassado em dezembro de 2021.
Em caso de vitória, Porta, agora na disputa pela Câmara, se fará promotor "de uma reforma" do atual sistema por correspondência. Um fenômeno que poderia ser em parte limitado através de uma "distribuição mais capilarizada das sedes consulares", como gostaria o candidato ao Senado Andrea Matarazzo, descendente de uma importante família de industriais ítalo-brasileiros e já embaixador do Brasil na Itália.
Mas tem também quem pensa em uma "Commonwealth Italiana, com base no modelo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, associação com sede em Lisboa e que tem como objetivo aprofundar a cooperação entre seus membros".
A ideia é do candidato à Câmara Luis Roberto Lorenzato, deputado desde 2018 e que reivindica a direção do retorno de Cesare Battisti à Itália. O projeto é apoiado pelo candidato ao Senado Emerson Fittipaldi.
Mais em particular, o ex-piloto de Fórmula 1 aposta no esporte e nos estudos, propondo-os como uma "ponte" para unir os italianos no mundo. (ANSA)
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