O ministro para a Transição Ecológica, Roberto Cingolani, assinou nesta quinta-feira (6)um decreto que define novos limites temporários ao funcionamento dos sistemas de aquecimento e climatização movidos a gás natural.
Com a nova medida, o aquecimento a gás na Itália funcionará 15 dias a menos no inverno no hemisfério norte e terá um limite máximo de temperatura, reduzido a um grau, para economizar energia em meio às tensões com a Rússia.
As novas regras constam no Plano de Redução do Consumo de Gás, dividido em duas estratégias: a diversificação da fonte; e a redução da demanda interna pelo material.
Para isso, o governo italiano estabelece que o tempo de funcionamento dos aquecedores será reduzido em uma hora por dia e durante todo o período de inverno será diminuído em 15 dias, adiando a data de início em oito dias e antecipando a data de término em sete.
Por outro lado, Cingolani decidiu reduzir em um grau os valores máximos de temperatura do ar, com o objetivo de economizar 2,7 bilhões de metros cúbicos de gás no total. Isso para uma família pode cortar a conta em 179 euros, de acordo com especialistas.
O novo decreto determina ainda uma temperatura de 17 graus, com tolerância de dois, para os estabelecimentos dedicados à atividade industrial ou artesanal e de 19 graus, com mais ou menos dois graus de tolerância, para os edifícios restantes.
O decreto, no entanto, dá uma forma de flexibilidade aos municípios da chamada "zona F", que diz respeito aos Alpes, incluindo cidades como Cuneo ou Belluno.
"Na presença de situações climáticas particularmente severas, as autoridades municipais, com sua própria disposição motivada, podem autorizar a ignição de sistemas de aquecimento a gás mesmo fora dos períodos indicados no decreto, desde que por uma duração diária reduzida", explicou Cingolani.
O texto inclui ainda uma série de exceções, tendo em vista que a limitação não se aplicará "aos edifícios utilizados como centros de saúde, jardins de infância e creches, piscinas, saunas e similares e aos edifícios utilizados para atividades industriais, artesanais para os quais as autoridades municipais já concederam exceções aos limites de temperatura do ar, bem como aos prédios equipados com sistemas alimentados principalmente por energias renováveis".
No fim de setembro, Cingolani já havia informado que a Itália atingiu antecipadamente a meta de preencher 90% de seus estoques de gás natural, o que permitirá ao país se proteger contra eventuais interrupções no fornecimento por parte da Rússia.
Até o início da guerra na Ucrânia, cerca de 40% do gás natural consumido na Itália era importado da Rússia, mas esse número caiu para menos de 25% graças a acordos com outros países produtores, como Angola, Argélia, Azerbaijão e República do Congo. (ANSA)
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